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domingo, 19 de maio de 2019

#Resenha - O Privilégio de Ser Mulher - Alice Von Hildebrand #Catholicpost #Sermulher

"Mas você não tinha um marca páginas menos fruruzento não?" Tinha, mas quis usar esse
       Boa tarde! Como estão? Espero que bem. A resenha de hoje é uma que estou esperando há tempos para fazer, mas sinceramente, não sei como, nem por onde começar. Comprei esse livro ano passado, depois de ler alguns trechos em alguns sites católicos e em prints tirados pela Laíssa Brandão, da Loja Modesta.Comecei a ler, parei, voltei de novo, e em algum momento entre março e abril desse ano, consegui ler ele todo em uma noite apenas. O único problema agora é falar sobre ele sem contar tudo o que está escrito, como costumo fazer, pois não consegui elaborar um texto em que se dê para entender o quão proveitoso é esse livro, sem citar muito do conteúdo contido em suas páginas.
       Escrito por Alice Von Hildebrand, escritora, professora e filósofa católica, "O Privilégio de Ser Mulher" é um livro relativamente curto, mas incrivelmente denso e rico em conteúdo, principalmente para quem tem real interesse em entender melhor sobre a feminilidade no mundo contemporâneo. Acredito que 75% do livro poderia ser um livro à parte, chamado "O Feminismo e suas falácias". E falo sério. Esses 75% nos apresentam os pensamentos da "musa" do feminismo, Simone de Beauvoir, muito do que é afirmado por diversas feministas mundo afora, e a argumentação cristã católica a cada um desses pensamentos e afirmações. Para quem se vê envolvido em debates do tipo "ain, mas a Igreja é machista, porque é contra o aborto, etc, etc", "O Privilégio de Ser Mulher" é essencial para que você não passe vergonha. Há uma série de argumentos bastante interessantes, e que, essencialmente, desmontam boa parte desses argumentos, ainda que o livro comece, aparentemente, dando razão a cada um desses argumentos. A escrita de Alice é repleta de ironias nessa parte, mas tais ironias são escritas de tal forma, que a leitura não apenas é leve, mas exige um pouco de atenção do leitor para que a ironia seja percebida. Os outros 25% apresentam de forma bastante interessante o ponto de vista cristão sobre o comportamento feminino, sexualidade, e como ambos são capazes de moldar o mundo. 
       Se eu esperava um pouco mais do livro? Talvez. Esperava um pouco mais de praticidade sobre como ser mulher em um mundo onde se portar com feminilidade parece ser um pecado mais mortal do que qualquer outra coisa. Mas talvez essa não seja exatamente a proposta desse livro. Talvez a proposta desse livro seja apenas mostrar algo de que nossa sociedade se esqueceu: Não há absolutamente nada de errado em uma mulher ser feminina, e um homem, masculino. Não há nada de errado em categorizar coisas e comportamentos como "masculino" e "feminino". A própria natureza, que muitos gostam de usar como referência para tornar aceitáveis comportamentos como poligamia, sexo pelo sexo, entre outros, apresenta uma clara diferenciação entre os sexos quanto maior a complexidade dos seres, e considerando que somos os seres mais complexos que existem na natureza, por que diabos teríamos que ignorar homens e mulheres são diferentes, e que não há nada de errado nisso? Até porque, se a diversidade de pensamentos, ideias e opiniões é enriquecedora, porque a diferença entre o sexos não o seria?
       As mulheres não precisam ser como os homens, e os homens não precisam ser como as mulheres, embora seja necessário compreender como homens e mulheres funcionam, a fim de facilitar o bom relacionamento entre eles. Portanto, não há nada de errado em uma mulher querer se vestir de forma mais feminina, ela não é nenhum ser de segunda categoria por isso, como nossa sociedade tenta qualificar mulheres que só usam saias e vestidos. Não há nada de errado em um homem segurar as pontas e não chorar em uma situação que exija uma ação concreta que só ele poderá realizar, ele não é nenhum machão metido a besta, como nossa sociedade tenta qualificar homens assim. O que há de errado são aqueles que tratam as pessoas do sexo oposto como se seu sexo o definisse como um problema (tal como as feministas e os machistas fazem), e como a sra Von Hildebrand diz em seu livro: "a estupidez, contra a qual os próprios deuses lutam em vão, está perfeitamente bem distribuída entre os dois sexos", e, sinceramente, concordo com ela. Dizer que os homens não prestam, porque você conheceu uma meia dúzia imprestável, ou dizer que as mulheres são todas umas vagabundas, porque você conheceu uma meia dúzia que se comporta assim, é burrice igual. A propósito, o livro também menciona algumas coisas interessantes acerca da relação entre feminismo e comunismo, mas vou parar por aqui, embora ainda não tenha me esgotado completamente nesse assunto, senão vou começar a contar demais, e eu gostaria muito que esse livro fosse lido por você, caro leitor.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

#Resenha - A História do Ladrão de Corpos (The Tale of the Body Thief) - Anne Rice

      Olá a todos! Como vão? Espero que bem nesses dias pré-carnaval. A resenha de hoje já estava planejada há um tempo, mas no meio das inúmeras leituras iniciadas e adiadas, acabei não tendo como escrevê-la antes. Mas antes tarde do que nunca, não é?
       No quarto livro da série sobre as Crônicas Vampirescas - ou The Vampire Chronicles, como preferirem, encontramos Lestat de Lioncourt lidando com os impactos causados pelos eventos do terceiro livro, Rainha dos Condenados, enquanto desenvolve uma relação de proximidade com o mortal David Talbot, líder da Talamasca (se você ainda não leu esse livro sobre o qual estou fazendo a resenha, e está perdido quanto aos personagens que acabei de citar, clique aqui). Nesse ínterim, ele conhece Raglan James, um homem que afirma ser capaz de trocar de corpo com qualquer um que queira fazer tal troca, e que propõe ao vampiro que troquem de corpo. Tentado com a possibilidade de ser humano novamente, Lestat aceita a proposta, e é a partir desse ponto que a história acontece.
       Muitos dizem que não é necessário ter lido nenhum outro livro das Crônicas antes de ler esse livro, mas preciso avisá-los de que estão redondamente enganados. Não só é necessário ler os outros livros, como também os dois primeiros da série dos Bruxos Mayfair, uma vez que há eventos em Ladrão de Corpos que remetem a esses livros. Você não conseguirá entender a maneira como Louis reage à visita de Lestat, se não tiver lido os três livros anteriores das Crônicas e souber quem é Louis e como é a relação entre os personagens, por exemplo. Ainda que a narrativa de Ladrão de Corpos não pareça ter muita relação com as narrativas anteriores, a narrativa desse livro está diretamente ligada a desses outros três. Pode não ser uma narrativa tão "eletrizante" quanto a dos outros três livros - como citei na resenha de Rainha dos Condenados, parece que era para as Crônicas terem terminado lá - , mas ainda sim é uma narrativa das Crônicas. 
       O livro explora bastante a visão que Lestat tem sobre a própria vida e o mundo a seu redor em 1991, mas talvez o ponto mais interessante seja a história de David Talbot. O misterioso líder da Talamasca é muito bem expolorado nesse livro, assim como a rica relação entre o homem e o sobrenatural, que não apenas permeiam as narrativas de Anne Rice, como também fazem com que as narrativas sobre vampiros sejam muito mais narrativas sobre a humanidade em si e seus limites e falhas.
       Já vou avisando que esse livro contém um teor sexual maior que os anteriores, teor esse que começa a ser explorado de verdade na obra de Anne Rice em "A Hora das Bruxas"(The Witching Hour), mas ao contrário de boa parte das obras do cinema e televisão contemporâneos, não é algo que cai de pára-quedas no meio da narrativa e te deixa perdido e envergonhado. O sexo aqui é algo que surge dentro de um contexto, e serve como medida de comparação entre o modo como homens e vampiros não apenas enxergam e vivem a vida, mas também como a forma que enxergam o mundo. É uma leitura interessante, um pouco mais profunda do que as anteriores, mas vale à pena.