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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

#Resenha - Três Monges Rebeldes - Pe. M. Raymond e Sentenças e fragmentos dos Escritos - São Bernardo de Claraval #Catholicpost

      Bom dia a todos! Como estão? Espero que bem. Apesar de esse livro ter sido da meta de Janeiro, eu só consegui terminá-lo essa madrugada, e já cheguei à conclusão de que vou ler de acordo com a minha vontade, apesar de ter traçado uma ousada meta de leitura anual. Dito isso, vamos à resenha de fato.
      Publicado pelo clube de leitura católico "Minha Biblioteca Católica" (o qual vale super à pena: você paga 59,90 por mês e recebe um livro católico em edição de luxo, mais brindes, que geralmente são outros livros do mesmo autor ou com o mesmo tema, marca página temático, e conteúdo online para assinantes), o livro conta de forma romanceada como foi a fundação da ordem cistercience, uma das várias ordens monásticas da Igreja Católica, e, em certo sentido, uma das mais rígidas depois da ordem cartuxa.
      A primeira surpresa foi descobrir que esse livro é o primeiro, de uma série chamada "A Saga de Cister". Ao contrário de outros títulos do Minha Biblioteca Católica, tais como "Caminho de Perfeição", de Santa Teresa de Ávila (que tenho e já está na lista) e "Confissões" (que ainda não tenho, eles não tem o livro disponível para compra na loja virtual, mas é um dos que quero), essa é a primeira edição do livro no Brasil. Apesar de à princípio não ter me impressionado tanto pela história em si, confesso que à medida em que a leitura foi transcorrendo (o que não foi fácil, dado o calor de 33, com sensação de 39 que tomou conta da minha cidade nesses últimos dias, cidade essa em que as máximas são de 31 com sensação de 33, 35 nessa época do ano), me vi cada vez mais envolvida com os personagens e a história, e quando ela terminou, pela primeira vez em anos me senti "órfã", por assim dizer. A parte estética é incrivelmente bem feita, tornando a leitura ainda mais prazerosa, e o fato de ter como "brinde" esse livreto com trechos de São Bernardo de Claraval, um dos mais ilustres "filhos de Cister", também contribui bastante para esse sentimento.
      A principal característica do gênero literário "saga" é o fato de que não há um personagem principal, mas uma família, um grupo, uma tribo, etc, e com esse livro (cuja capa e história nos remetem bastante aos Três Mosqueteiros) não seria diferente. Nessa história, apesar de São Roberto ser aquele que começa, Santo Alberico e Santo Estêvão Harding são aqueles que não apenas continuam a "rebelião", mas também assumem o protagonismo da história, cada qual à seu tempo. A história e seus personagens são tão vivos, que se Pe. Raymond - magnificamente traudzido pelos monges cisterciences do mosteiro de Nossa Senhora de Nazaré, no Rio Grande do Sul - não cita datas, eventos históricos e certos aspectos que indicam a idade dos personagens, não se percebe a passagem do tempo. O fato de ter lido "Sentenças e fragmentos dos Escritos" antes de começar o livro me deixou bastante ansiosa quanto à perspectiva de encontrar São Bernardo de Claraval na história, e devo admitir que a forma como ele aparece é surpreendente (não, isso não é spoiler, São Bernardo é um monge cistercience, em algum momento ele teria que aparecer em uma história sobre a Ordem), fazendo com que eu torça bastante para que os outros volumes da "Saga" sejam publicado pelo Minha Biblioteca Católica.
      Nesse livro há dois aspectos gerais que realmente me chamaram a atenção. O primeiro é a questão da "rebelião". a Igreja Católica, de forma geral, não vê "rebeliões" com bons olhos, então a pergunta que me fiz foi "como assim um livro católico vem me falar em 'rebelião' como se fosse algo bom?". Lendo a história entende-se que "rebelião" é o modo como a interpretação que os cistercienses deram à Regra de São Bento foi visto naquela época, da mesma forma que a interpretação dada pelos franciscanos ao Evangelho, e em ambos os casos, os "arquitetos" estariam dispostos a desistir de seus ideais caso a Igreja não fosse favorável a eles, ao contrário de Lutero, que mandou todo mundo caçar o que fazer quando a Igreja lhe foi desfavorável. A "rebelião" que desafia a tibieza é bem-vinda. A que te faz viver mais profundamente o Espírito de Cristo é bem-vinda. Por isso, a "rebelião" de Roberto, Alberico e Estêvão Harding foi bem-vinda.
      O segundo aspecto é uma senhora lição para qualquer um: seus protagonistas SEMPRE tiveram pelo menos uma pessoa com quem discutiam as coisas. SEMPRE escolhiam alguém em quem confiar, para fazer as coisas acontecerem. Essas pessoas eram justamente as que mais influenciaram no curso da história, mesmo que não percebamos. Precisamos uns dos outros. E a velha máxima "sozinho vamos rápido, acompanhados, vamos longe" se prova incrivelmente verdadeira nesse livro.
      Em termos pessoais, essa foi a primeira vez que me identifiquei profundamente com um personagem, apesar de que a única mulher na história que realmente tem um papel é Ermengarda, mãe de Roberto - que é um senhor exemplo de mulher, diga-se de passagem - e a grande maioria dos personagens são homens. Por mais que no começo eu tenha me identificado com Roberto, ao ler mais sobre Estêvão, me identifiquei profundamente com a maneira que o monge inglês enxerga as coisas, e sua fé em Maria e na Providência (todos os três monges tem essa fé, mas a forma como Estêvão tem fé é o que me chamou a atenção) é algo que qualquer um deve ter, e que estou passando da hora de correr atrás de ter. Em resumo: o livro Três Monges Rebeldes é leitura altamente recomendada, tão recomendada quanto a assinatura do Minha Biblioteca Católica, cujos livros serão resenhados à medida em que eu, assinante do clube, for lendo.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

#Resenha - Como Rezar Bem o Rosário, de Dom Miguel M Giambelli - #Catholicpost

     
"O Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas" - São Padre Pio de Pietrelcina
  
   Quem diria que a primeira resenha literária desse blog seria justamente um #Catholicpost, hein? Bom, aproveitando que o mês Mariano já está quase no fim, e que eu não poderia deixar passar em branco, vou falar sobre esse livro de Dom Miguel M Giambelli, o Como Rezar Bem o Rosário. Essa resenha está diretamente ligada ao #Catholicpost porque para entender um pouco sobre esse livro, é necessário contextualizar seu tema, que nesse caso significa falar da fé católica primeiro. Dito isso, vamos lá.
     Para começo de conversa: a oração do Rosário é uma das mais antigas da Igreja, e em boa parte das aparições de Nossa Senhora (digo boa parte porque não tenho certeza se são todas) Ela pede para que essa oração seja recitada. Nas aparições de Fátima essa tecla foi tão batida que é praticamente impossível para um católico que conhece alguma coisa sobre sua Fé não relacionar o Rosário à Fátima. No entanto, há muitos que não fazem esta oração por acreditarem que "é repetitiva", "é monótona", "é grande demais", "não tem Jesus em seu centro, então não é tão efetiva" (Protestantismo feelings detected), etc. Então, para aqueles que não oram o Rosário, vou esclarecer alguns pontinhos:

     _"é repetitiva", "é monótona" - E assistir todo dia os mesmos programas na TV não é repetitivo não? Comer arroz com feijão no almoço e na janta, ir ao trabalho todo dia, entre outros, não é não? E mesmo assim você faz, não é? Então por que cargas d'água não rezar???? 

     _"é grande demais" - Realmente, rezar um Rosário, Rosário mesmo gasta uma hora e não é fácil. Digo por experiência própria, existem momentos em que o Rosário parece imenso, embora tenha lógica ser grande porque ele é um resumo dos 33 anos de vida de Jesus Cristo. (Daqui a pouquinho explico isso), mas raciocinem comigo: considerando que o Encardido (palavras do Padre Léo SCJ, não minhas!) não gosta de oração, então tudo o que for possível para nos impedir de rezar, ele fará. E pra ele implicar e colocar empecilho principalmente nessa, é porque com certeza é a que ele mais odeia. Mais um motivo pra rezar. Aliás, Nossa Senhora já previa isso lá em 1917, em Fátima, quando disse "Rezem o Terço todos os dias". O Terço é a terça parte (ou quarta, se considerarmos os Mistérios Luminosos, SUGERIDOS por São João Paulo II em sua Encíclica Rosarium Virginis Mariae, de 2002, disponível aqui) do Rosário, e é composto por 5 Mistérios. 5 por dia é bem mais fácil do que 15/20, não?

     _"não tem Jesus em seu centro, então não é tão efetiva" - OK, essa aqui realmente é pesada. Somente se você não for uma criatura minimamente atenta pra usar essa como desculpa. Primeiro porque se você é católico deve saber que a Mãe de Deus está em tudo submissa ao próprio Deus, então não diria/faria ABSOLUTAMENTE NADA - ao contrário de nós - que Ele não quisesse/permitisse. Então se essa oração foi pedida por Ela (antes que me venham com um "vocês adoram Maria", me refiro a Ela com letra maiúscula, porque depois do próprio Deus, Ela é extremamente importante, e muito, mais muito - desculpem o termo - foda.), o próprio Deus deve estar de acordo, não é? Muito bem, e segundo por que o seguinte:

  • Primeiro Mistério Gozoso: A Anunciação - Maria é a protagonista
  • Segundo Mistério Gozoso: A Visitação - Maria é a protagonista
  • Terceiro Mistério Gozoso: O Nascimento de Jesus - Jesus é o protagonista
  • Quarto Mistério Gozoso: A Apresentação do Menino Jesus - Jesus é o protagonista e Maria é coadjuvante
  • Quinto Mistério Gozoso: A Perda e o Encontro do Menino Jesus no Templo - Jesus é o protagonista e Maria é a coadjuvante
     Desses 5 Mistérios, Maria protagoniza apenas 2. No Rosário tradicional, seriam 2/15, e no adotado por muitos atualmente, 2/20

  • Primeiro Mistério Luminoso: O Batismo no Jordão - Jesus é o protagonista, João Batista é o coadjuvante, e Maria nem lá estava
  • Segundo Mistério Luminoso: A Revelação nas Bodas de Caná - Jesus é o protagonista e Maria é a coadjuvante
  • Terceiro Mistério Luminoso: O Anúncio do Reino de Deus e o Convite à Conversão - Jesus é o protagonista, e Maria nem estava lá
  • Quarto Mistério Luminoso: A Transfiguração no Monte Tabor - Jesus é o protagonista, Pedro, Tiago e João são os coadjuvantes, e Maria nem estava lá
  • Quinto Mistério Luminoso: A Instituição da Eucaristia - Jesus é o protagonista, os apóstolos são os coadjuvantes, e Maria nem estava lá.
     Desses 5 Mistérios, Maria não protagoniza nenhum. Continuamos com 2/20 (no Rosário tradicional, esses Mistérios não contam. Eu rezo o tradicional, acho mais coerente e talz...)

  • Primeiro Mistério Doloroso: A Agonia de Jesus no Horto das Oliveiras - Jesus é o protagonista.
  • Segundo Mistério Doloroso: A Flagelação de Jesus - Jesus é o protagonista e os algozes são os antagonistas
  • Terceiro Mistério Doloroso: A Coroação de Espinhos - Jesus é o protagonista
  • Quarto Mistério Doloroso: O Caminho para o Calvário - Jesus é o protagonista
  • Quinto Mistério Doloroso: A Crucificação de Jesus - Jesus é o protagonista, Maria e João Evangelista são os coadjuvantes
      Desses 5 Mistérios, Maria protagoniza nenhum. Continuamos com 2/20 no atual, e 2/15 no tradicional.
  • Primeiro Mistério Glorioso: A Ressurreição de Jesus - Jesus é o protagonista
  • Segundo Mistério Glorioso: A Ascensão de Jesus - Jesus é o protagonista
  • Terceiro Mistério Glorioso: O Pentecostes - o Espírito Santo é o protagonista, e Maria e os apóstolos são coadjuvantes
  • Quarto Mistério Glorioso: A Assunção de Maria - Maria é a protagonista
  • Quinto Mistério Glorioso: A Coroação de Maria - Maria é a protagonista
     Desses 5 Mistérios, Maria protagoniza 2. Somando com os outros 2, temos 4/20 no Rosário atual e 4/15 no tradicional.
     Por que eu fiz essa listinha acima? Pra mostrar que se somarmos todos os eventos em que Maria é protagonista no Rosário, não dá nem mesmo um Terço, então essa história de que "não tem Jesus em seu centro, então não é efetiva" só cola se você for muito desatento e sem lógica.
     Dito isto, vamos ao livro. Não me espantei com o tamanho dele, mas com a capa fininha que te dá a certeza de que vai rasgar a qualquer momento. Achei impressionante serem tão poucas páginas dada a extensão que o assunto pode adquirir, mas isso se deve mais às expectativas que criei do que ao texto em si. É um manual sobre como rezar o Rosário de forma a meditá-lo de fato, incluindo os Mistérios Luminosos (que não são obrigatórios, vale ressaltar, antes que algum catolicrente, ou algo que o valha, extremamente apegado às formas da Tradição venha dizer que não se deve rezar esses Mistérios), e englobando todos aspectos da oração, isto é, a Contemplação, a Adoração, o Arrepender-se dos pecados, e o Pedir. Não sabia desses quatro aspectos da oração, e a leitura foi bastante enriquecedora, principalmente sobre conversão (tô tentando marcar uma confissão, mas tá difícil...). Já fiz uso do método para rezar e digo que funciona, embora esteja pensando em combinar esse método com o de São Luís Maria Gringon de Montfort (eu ainda vou falar dele, mas não agora, não hoje), que também é muito interessante. 
     Recomendo a leitura do livro, nota 10. Minha única reclamação é: Canção Nova, que que deu na cabeça de vocês pra usar um material tão ruim pra capa? Por que não usaram o mesmo material da capa dos Devocionários, que é um material resistente? Tive que fazer uma senhora gambiarra aqui pra deixar a capa minimamente resistente...
     Bom, é isso. Talvez um dia eu faça um post falando sobre o Rosário e o meu relacionamento com ele, mas "esse dia não é hoje". 

Fiquem com Deus!


P.S.: O marcador eu fiz especialmente pra esse livro. Dei o carinhoso apelido de "marcador perpétuo", porque é o marcador que vai ficar só nesse livro. Se alguém quiser, me avise que disponibilizo aqui!

P.S. 2: Sobre os nomes dos Mistérios: Gozosos, porque falam da alegria da vinda do Salvador; Luminosos, porque falam da vida pública do Salvador, Luz do mundo; Dolorosos, porque falam das dores de Jesus; e Gloriosos, porque falam da glória de Deus manifestada no mundo.