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sexta-feira, 31 de maio de 2019

#Resenha - Uma visita ao Santíssimo Sacramento - Vários autores #Catholicpost

       Bom dia a todos! Como estão? Espero que bem. A resenha de hoje é sobre o livro "Uma visita ao Santíssimo Sacramento", publicado pela Canção Nova, e que tenho comigo há uns bons anos, apesar de ter enrolado bastante para ler. Não me lembro exatamente do motivo pelo qual resolvi comprar esse livro, que na verdade é um devocional, mas o fato é que me dei ele de presente em algum momento da minha faculdade, e após a leitura, posso afirmar que não me arrependi.
       Antes de mais nada, um devocional é um tipo de livro cujo teor é voltado à pratica de uma devoção em específico. Nesse caso, a devoção ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia, que nada mais nada menos é do que o Corpo e o Sangue de Cristo. Sei que muitos virão com um papo de que não é literal, e blá blá blá, mas até mesmo nas bíblias protestantes, quando da Santa Ceia, Jesus toma o pão e diz "esse é o Meu Corpo". É sério que vocês acreditam que Ele pode curar os cegos e andar sobre as águas, mas não pode transformar um pedaço de pão em Sua própria carne, a fim de estabelecer uma nova aliança com todos aqueles que realmente se dispõem a seguí-Lo, e através desse "pedaço de pão" os fortalecer? "Ah, mas o padre não é Jesus". De fato, não é. Mas como já disse aqui, se formos traçar quem ordenou quem, em algum momento você vai achar um dos Doze a quem o próprio Cristo deu diretrizes sobre como manter Sua palavra após Sua morte, além de uma série de coisas, dentre elas, a Eucaristia. Além do mais, existem dezenas dos chamados "milagres eucarísticos" nos provando que o aparente pedaço de pão é, na verdade, o Corpo e o Sangue de Cristo, basta procurar no Google que você acha. Mas esse não é o propósito desse post. O propósito é falar um pouco sobre o livro e dar meu veredito.
       O livro começa falando sobre o que é a adoração e como ela se relaciona com a Eucaristia, apresentando práticas que a Igreja vem usando em seus mais de 2000 anos de história para fazê-la. Não são todas obrigatórias, mas todas são muito ricas em pontos para a meditação de nossas misérias e do que devemos fazer, de nossa parte, quanto a elas. Algumas, apesar de terem sido elaboradas há pelo menos 200 anos, podem muito bem ser aplicadas aos dias atuais, como a prática de 15 minutos de Adoração, escrita por Santo Antônio Maria Claret entre os anos de 1800, em que se intercede (ora/reza) por aqueles que amamos, por aqueles que nos fazem mal e por nós mesmos.
       Além disso, há pelo menos três dos chamados Atos de Desagravo, que são atos que se fazem na Igreja Católica para pedir perdão à Deus por ofensas feitas a Ele por outras pessoas, como por exemplo, quando algum "artista" sob o pretexto da "liberdade de expressão" resolve erotizar uma imagem sacra e ainda tem a audácia de se sentir pessoalmente atacado por qualquer um que ouse dizer que isso não é coisa que se faça. (uso as aspas para "artistas" porque em geral, suas obras estão longe das obras de artistas como Da Vinci, Picasso e Tarsila do Amaral; e em "liberdade de expressão" porque a liberdade pressupõe que se possa dizer o que se quer, ainda que alguém não goste do que você diz e tenha o direito de dizer isso a você, mas tais pessoas aceitam a primeira parte e negam a segunda) E se levarmos em consideração o modo como nossa sociedade tem "respeitado" a Igreja, temos motivos de sobra pra sentar, chorar, e fazer tais Atos. No mais, é leitura obrigatória a todo Católico.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

#Resenha - Os Doze Graus do Silêncio - Vários Autores #Catholicpost

       Boa tarde a todos! Como vão? Espero que bem. A postagem de hoje é sobre um livro que, embora não tenha entrado na minha meta de leitura desse ano, me chamou a atenção depois de ter sido citado algumas vezes pela Rayhanne Zago, do Lírio entre Espinhos em seus riquíssimos stories do Instagram. Então, quando resolvi comprar alguns livros na Cultor de Livros - dentre eles uma biografia de Pier Giorgio Frassati e o que acredito que vá ser a salvação de qualquer perfeccionista, católico ou não, o "A Arte de aproveitar as próprias faltas", de Joseph Tissot; ambos terão resenhas aqui - incluí esse livrinho na lista.
       A primeira coisa que me espantou foi o tamanho do livro, e a segunda, a quantidade de páginas. Quando vi a caixinha da Cultor fiquei bastante chocada, pois imaginava que os três livros dariam algo mais largo, e no final das contas o único livro "grande" desses três é a biografia. Imaginei que um livro que trata de um tema tão vasto quanto o silêncio fosse ter no mínimo 200 páginas, mas por incrível que pareça, há muito em suas poucas páginas.
       "Mas Fernanda, por que um livro sobre o silêncio?" Bem, acho que todos nós sabemos que quando se fala em "oração", fala-se muito em silêncio, principalmente o tal "silêncio interior". Da minha parte, tenho uma mente extremamente inquieta, do tipo que não para nem mesmo para dormir, e isso me atrapalha bastante quando o assunto é oração. Me atrapalha principalmente a discernir o que é coisa da minha cabeça e o que não é, e isso já me levou a muitas decisões equivocadas nesses meus 24 anos de vida. Por isso, qunado vi nos stories da Rayhanne que esse livro ajudava a lidar com essa questão, imediatamente decidi que iria comprá-lo assim que pudesse. Dito isso, vamos à resenha de fato.
       Apesar de ser voltado principalmente à religiosos, em especial os de clausura - como muitos dos livros católicos existentes -, esse é um daqueles livros que podem facilmente ser aproveitados por quaisquer pessoas que busquem se aprofundar na oração, ou mesmo na meditação, seja ela católica ou não (sei que há diferenças entre a meditação católica e a não católica [budista, por exemplo], o dia em que eu conseguir definir essas diferenças, darei um jeito de colocá-las em texto.). Isso porque o livro é bastante intuitivo no que diz respeito a como silenciar-se, e apresenta as muitas vantagens do silêncio em nossa vida. É um daqueles livros que valem uma segunda leitura, pois na primeira não se aproveita plenamente tudo o que o livro tem a dizer.

terça-feira, 21 de maio de 2019

#Resenha - A Vida de Santa Rita de Cássia - Pe. José Rodrigues Cabezas #Catholicpost #Sermulher


       Boa noite a todos! Como estão? Espero que bem. O post de hoje é sobre o livro de Maio do Minha Biblioteca Católica, a biografia de Santa Rita de Cássia, escrita pelo Pe. José Rodrigues Cabezas. O box também acompanha um ícone muito bem desenhado da santa, com uma oração no verso, e um outro livro, chamado "A Esmola, ou O Banco mais Vantajoso e Infalível", de André Beltrami, sobre o qual falarei depois. Resolvi não fazer com esse box o que fiz com esse aqui, esse, e esse porque esse livro sobre a esmola, assim como o que acompanha o livro de Dom Bosco, não são apenas livros a parte, como também livros bastante extensos, ao contrário dos outros que citei, portanto, haverão posts a parte sobre eles.
       De todas as biografias de Santa Rita de Cássia, a mais abrangente que se tem notícia é essa do Padre Cabezas - assim como a biografia mais abrangente de São Paulo Apóstolo é a de Alphonse Tricot - e por mais incrível que possa parecer, esse livro é relativamente pequeno (a biografia de Dom Bosco tem mais de 500 páginas, para se ter uma ideia), se compararmos com a maior parte dos livros do gênero. Apesar de o estilo de escrita empregado no livro não ser exatamente o meu favorito - na verdade, é o que me fez ter uma concepção erra de santidade durante anos da minha vida - devido ao fato de contar a vida do santo como se tudo sempre houvesse sido perfeito em sua vida material e espiritual, quando na realidade a coisa não funciona bem assim o tempo todo, confesso que gostei bastante da história da santa. E mesmo com esse estilo, o autor soube tratar com bastante clareza das dificuldades vividas por essa mulher ao longo de sua vida, o que acredito que tenha me facilitado bastante a leitura pra mim.
       Duas coisas me chamaram bastante a atenção na leitura do livro. A primeira delas é a própria postura de Santa Rita diante das piores circunstâncias da vida. Ela não era uma mulher "durona". Era uma mulher forte. Não agia como se não sofresse, ou como se estivesse muito acima da situação, como somos ensinados desde pequenos como sendo a postura de alguém forte, principalmente quando se trata de nós, mulheres. Ela sentia, sofria e chorava, mas ainda sim levava a vida da maneira mais leve possível. Não negava seus sentimentos e sensibilidade. Antes, os orientava para o cuidado com o próximo e a confiança na Providência, de que as coisas iriam se resolver no devido tempo, e que até lá, deveria orar, confiar, e viver.
       A segunda coisa que realmente me chamou a atenção é o fato de que a devoção a ela começou pelo menos 200 anos antes de sua canonização oficial, algo extremamente incomum nos dias de hoje. Antes da leitura eu não era devota de Santa Rita de Cássia, e após a leitura, apesar de continuar não sendo devota da "advogada das causas impossíveis", tenho um pouco mais de atenção para com essa mulher extraordinária cuja vida ainda serve de exemplo para muitos.

P.S.: Se quiserem ver o que veio nesse box de Santa Rita de Cássia, clique aqui

domingo, 19 de maio de 2019

#Resenha - O Privilégio de Ser Mulher - Alice Von Hildebrand #Catholicpost #Sermulher

"Mas você não tinha um marca páginas menos fruruzento não?" Tinha, mas quis usar esse
       Boa tarde! Como estão? Espero que bem. A resenha de hoje é uma que estou esperando há tempos para fazer, mas sinceramente, não sei como, nem por onde começar. Comprei esse livro ano passado, depois de ler alguns trechos em alguns sites católicos e em prints tirados pela Laíssa Brandão, da Loja Modesta.Comecei a ler, parei, voltei de novo, e em algum momento entre março e abril desse ano, consegui ler ele todo em uma noite apenas. O único problema agora é falar sobre ele sem contar tudo o que está escrito, como costumo fazer, pois não consegui elaborar um texto em que se dê para entender o quão proveitoso é esse livro, sem citar muito do conteúdo contido em suas páginas.
       Escrito por Alice Von Hildebrand, escritora, professora e filósofa católica, "O Privilégio de Ser Mulher" é um livro relativamente curto, mas incrivelmente denso e rico em conteúdo, principalmente para quem tem real interesse em entender melhor sobre a feminilidade no mundo contemporâneo. Acredito que 75% do livro poderia ser um livro à parte, chamado "O Feminismo e suas falácias". E falo sério. Esses 75% nos apresentam os pensamentos da "musa" do feminismo, Simone de Beauvoir, muito do que é afirmado por diversas feministas mundo afora, e a argumentação cristã católica a cada um desses pensamentos e afirmações. Para quem se vê envolvido em debates do tipo "ain, mas a Igreja é machista, porque é contra o aborto, etc, etc", "O Privilégio de Ser Mulher" é essencial para que você não passe vergonha. Há uma série de argumentos bastante interessantes, e que, essencialmente, desmontam boa parte desses argumentos, ainda que o livro comece, aparentemente, dando razão a cada um desses argumentos. A escrita de Alice é repleta de ironias nessa parte, mas tais ironias são escritas de tal forma, que a leitura não apenas é leve, mas exige um pouco de atenção do leitor para que a ironia seja percebida. Os outros 25% apresentam de forma bastante interessante o ponto de vista cristão sobre o comportamento feminino, sexualidade, e como ambos são capazes de moldar o mundo. 
       Se eu esperava um pouco mais do livro? Talvez. Esperava um pouco mais de praticidade sobre como ser mulher em um mundo onde se portar com feminilidade parece ser um pecado mais mortal do que qualquer outra coisa. Mas talvez essa não seja exatamente a proposta desse livro. Talvez a proposta desse livro seja apenas mostrar algo de que nossa sociedade se esqueceu: Não há absolutamente nada de errado em uma mulher ser feminina, e um homem, masculino. Não há nada de errado em categorizar coisas e comportamentos como "masculino" e "feminino". A própria natureza, que muitos gostam de usar como referência para tornar aceitáveis comportamentos como poligamia, sexo pelo sexo, entre outros, apresenta uma clara diferenciação entre os sexos quanto maior a complexidade dos seres, e considerando que somos os seres mais complexos que existem na natureza, por que diabos teríamos que ignorar homens e mulheres são diferentes, e que não há nada de errado nisso? Até porque, se a diversidade de pensamentos, ideias e opiniões é enriquecedora, porque a diferença entre o sexos não o seria?
       As mulheres não precisam ser como os homens, e os homens não precisam ser como as mulheres, embora seja necessário compreender como homens e mulheres funcionam, a fim de facilitar o bom relacionamento entre eles. Portanto, não há nada de errado em uma mulher querer se vestir de forma mais feminina, ela não é nenhum ser de segunda categoria por isso, como nossa sociedade tenta qualificar mulheres que só usam saias e vestidos. Não há nada de errado em um homem segurar as pontas e não chorar em uma situação que exija uma ação concreta que só ele poderá realizar, ele não é nenhum machão metido a besta, como nossa sociedade tenta qualificar homens assim. O que há de errado são aqueles que tratam as pessoas do sexo oposto como se seu sexo o definisse como um problema (tal como as feministas e os machistas fazem), e como a sra Von Hildebrand diz em seu livro: "a estupidez, contra a qual os próprios deuses lutam em vão, está perfeitamente bem distribuída entre os dois sexos", e, sinceramente, concordo com ela. Dizer que os homens não prestam, porque você conheceu uma meia dúzia imprestável, ou dizer que as mulheres são todas umas vagabundas, porque você conheceu uma meia dúzia que se comporta assim, é burrice igual. A propósito, o livro também menciona algumas coisas interessantes acerca da relação entre feminismo e comunismo, mas vou parar por aqui, embora ainda não tenha me esgotado completamente nesse assunto, senão vou começar a contar demais, e eu gostaria muito que esse livro fosse lido por você, caro leitor.

segunda-feira, 18 de março de 2019

#Resenha - Caminho de Perfeição - Santa Teresa de Ávila #Catholicpost



       Bom dia a todos! Como estão? Espero que bem. Hoje finalmente escrevo a resenha sobre esse livro que, até o momento, foi o mais difícil de terminar, embora não seja um livro ruim.
    Escrito por Santa Teresa de Ávila, Caminho de Perfeição é basicamente um manual de oração - e, de certa forma, manual de vida - para as monjas do carmelo de São José de Ávila, do qual era a priora. Juntamente com o Livro da Vida e Moradas do Castelo Interior, é uma das obras mais ricas da vasta espiritualidade católica. Dito isto, vamos à resenha.
       Como falei no começo - e como citei neste post aqui - esse livro não foi um livro fácil de ser lido (para ser sincera, estou tentando lê-lo desde a época da faculdade, quando baixei as obras em PDF, das quais não li nenhuma). Mas ao contrário do livro Os 4 Temperamentos na Educação dos Filhos, o problema do livro não foi o fato de não encontrar aplicação prática, na verdade, isso é o que mais tem, apesar de ter sido escrito para monjas de clausura, que é exatamente o que não sou, nem nunca serei por motivos de: vocação (fiquem calmos, que uma hora eu explico, ou acho alguém pra explicar). Também não foi porque esperei muito do livro, como nesse caso aqui. O problema dessa vez sou eu rs... E falo sério. A escrita de Santa Teresa de Ávila, apesar de bem prática, é muito rica, detalhada e extensa, além de ser uma escrita de alto nível. Tanto que, se não me engano, seu trabalho é considerado também como parte dos clássicos da literatura espanhola, assim como Dom Quixote, de Cervantes. Meu português não foi o bastante para a leitura quanto eu gostaria que fosse, mas mesmo assim encontrei muita coisa útil para minha vida de oração propriamente dita.
       Ouso dizer que, da mesma forma que São Tomás de Aquino conseguiu responder, em seu tempo, muitas perguntas que se fazem hoje a respeito da Fé (não, ainda não li NADA de São Tomás de Aquino, mas muitos que já leram afirmam isso), Tersesa de Ávila respondeu, em seu tempo e nessa obra, praticamente todas as perguntas que se fazem hoje a respeito de oração, inclusive sobre aspectos psicológicos mesmo. É um livro riquíssimo, daqueles que valem à pena uma segunda leitura, a fim de aprofundarmos nosso entendimento, que é exatamente o que farei. Sugiro, para aqueles que pretendem ler esse livro, que não apenas persistam, como também procurem se aprofundar o máximo que conseguirem na leitura de cada um dos 52 pequenos capítulos, que será de grande proveito. Sobre a foto, o livretinho que se encontra junto com o livro fala brevemente sobre São Simão Stock, um monge que nos é pouco conhecido, e o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, um dos sacramentais mais conhecidos da Igreja Católica depois do Rosário, e cuja história se liga à do monge já mencionado. 

Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!

sábado, 9 de março de 2019

#Resenha - São Paulo - O Apóstolo dos Gentios - Alphonse Tricot e Didaqué, Ou Instrução dos Doze #Catholicpost

      Boa tarde a todos! Como estão? Espero que bem. Primeiro de tudo, feliz dia da mulher atrasado para nós. Em breve teremos postagem sobre um livro que fala muito sobre o "ser mulher" - aliás, segundo minhas contas, serão mais de uma - sob o ponto de vista católico, mas não hoje. Hoje quero falar desse livro que nós, assinantes do Minha Biblioteca Católica, recebemos no mês de março, falando sobre a vida e o contexto de São Paulo, acompanhado da Didaqué, Ou Instrução dos Doze, considerado o primeiro catecismo cristão (e que é mais difícil de achar do que uma nota de cem novinha em folha na rua).
       Primeiro de tudo, gostaria de resumir um pouco a história sobre como esse livro veio parar na minha mão, antes de explicar por que raios eu terminei um livro de 240 páginas em aproximadamente uma semana, feito que não faço há pelo menos uma década (o livro Três Monges Rebeldes , que veio para os assinantes em Janeiro, com 80 páginas a mais que esse de São Paulo, precisou de mais de um mês para ser concluído).
       Assino o Minha Biblioteca Católica desde novembro do ano passado, quando editaram em sua típica edição de luxo o livro Caminho de Perfeição (que era para eu ter terminado entre Dezembro e Janeiro no máximo, mas ainda não terminei, e vou falar sobre isso quando terminar), livro que queria ler havia pelo menos uns quatro anos. Desde então, mensalmente recebo os livros que eles editam, e posso garantir que, do ponto de vista espiritual, são livros excelentes. Além disso, os livros que foram lançados anteriormente podem ser adquiridos pelos assinantes, contanto que tais livros estejam disponíveis na loja virtual (o que nem sempre é fácil de acontecer, então se tiver algum que te interesse por lá, compre antes que acabe e nem eles saibam quando conseguirão reimprimí-los), no mesmo preço da assinatura mensal, e esse é um dos pontos mais legais sobre o clube na minha opinião.Os que ainda quero comprar, mas que já se esgotaram, são: as Confissões, de Santo Agostinho - que de brinde inclui a biografia de Santa Mônica, sua mãe - ; um livro narrando sobre a história de Nossa Senhora de Fátima; Perguntas e Respostas + A Escola Sem Deus, de Monsenhor de Ségur; e o História de Uma Família, contando a história da família de Santa Teresinha do Menino Jesus (obs: quando tive o dinheiro pra comprar, já não estava mais disponível).
       Até hoje só tive um problema comprando os livros: a operadora do cartão processar a compra, mas não o sistema da loja devido a problemas com a minha conexão, o que impedia o clube de cancelar a compra, bem como a operadora do cartão, mas quando a fatura foi paga, apareceu para o clube, e me mandaram os dois livros que solicitei: Vida e Paixão do Cordeiro de Deus, de Anna Catarina Emmerich + O Calvário e a Missa, do Venerável Fulton J Sheen; e o História de Uma Alma, biografia de Santa Teresinha do Menino Jesus. (estão na minha lista de leitura desse ano, então esperem pela resenha). E que sirva de lição: comprar qualquer coisa pela internet num dia em que a velocidade de conexão está mais lenta que o trânsito da Paulista na hora do rush é uma das piores ideias que se pode ter.
       Passado esse não muito pequeno resumo, vamos ao problema de fato: eles tiveram um problema no sistema de processamento de compras deles entre o final de janeiro e início de fevereiro, o que fez com que alguns assinantes não recebessem o box de fevereiro (biografia de Dom Bosco + O Cristão Bem Preparado para a prática dos seus deveres, escrito pelo próprio Dom Bosco) no prazo normal (que no meu caso, é começo do mês). Eu estava entre eles, e meu box de fevereiro chegou na primeira semana de março, enquanto que o livro de março veio com a compra do livro com a biografia de São Francisco de Assis, quase no fim de fevereiro. Como a biografia de Dom Bosco (que é santo, diga-se de passagem) possui mais de 500 páginas, e nem sou tão devota dele assim, a ponto de estar muito ansiosa por sua biografia (como devota de Santa Teresa de Ávila, a ansiedade quase me comeu até a chegada do livro), resolvi começar a ler esse livro sobre São Paulo, que, por se tratar também da história do começo da Igreja, me deixou bastante curiosa.
       O livro nos conta a história de São Paulo, desde suas origens, passando por sua formação, o que se sabe de sua vida anterior à sua conversão, o encontro com Cristo no caminho de Damasco, sua mudança de vida, sua forma de evangelizar e sua relação com as pessoas que encontrou, até o seu martírio, ocorrido no ano 67 da era cristã. É um trabalho historiográfico, por assim dizer, escrito de forma simples e clara, numa narrativa linear e bastante explicativa quanto ao contexto histórico em que São Paulo e a nascente Igreja estavam inseridos. Houve momentos em que eu, assim como aqueles que vão ler esse livro, tive informações sobre a história da Igreja que eu nunca havia ouvido falar, e se havia ouvido falar, não suspeitava que pudessem ser verdadeiras, mas considerando que seu autor é alguém de renome no meio acadêmico, e que não houve nenhuma obra refutando qualquer ponto do que consta em sua biografia de São Paulo, não há muitos motivos que nos façam duvidar de sua veracidade, o que nos revela um outro panorama sobre muito do que conhecemos sobre a Igreja.
       O que mais me chamou a atenção no livro, dentre todas as coisas, não foi exatamente a história, mas o fato de que ela ainda está acontecendo. Paulo de Tarso pode não ser mais um homem de carne e osso, mas muito do que aconteceu em seu tempo ainda acontece. A Igreja ainda enfrenta perseguições, como naqueles tempos, e ainda lida com gente que está dentro dela, mas que mais atrapalha do que ajuda. Muito do que a Igreja fazia naquela época, no tocante à evangelização e na relação uns com os outros e na sociedade, ainda é feito, guardadas as devidas proporções. A Igreja ainda é a mesma. Os discípulos, ainda são os mesmos. Os problemas, idem.
       Há muito que eu ainda gostaria de falar sobre o livro, e como ele se relaciona com nossa realidade, mas não vou fazê-lo porque caso o fizesse, daria inúmeros spoilers sobre a trama, e por mais difícil que isso seja, definitivamente é algo que não faço, podem revirar os arquivos do blog, não tem uma resenha que seja onde conto algum spoiler de algum livro, no máximo cito algum personagem que ninguém fazia ideia de que existia. No mais, recomendo a leitura deste livro, e acho que, assim como o As Sete Lâmpadas da Santificação, é um livro que deve ser lido tanto por católicos quanto por não católicos, uma vez que oferece um panorama muito rico e interessante sobre esse período da história.
       Quanto à Didaqué, é bem sucinta e resume bem o espírito e os intentos da época em que foi escrita, e acredito que muitos dos que acham que a Igreja "é severa demais" hoje, achariam que ela é até "branda demais" nos dias de hoje, dado o conteúdo da Didaqué. Ele era bem mais incisivo e firme do que o Catecismo atual (não cito o de Pio XII porque ainda não li, nem dei uma olhada, então não tenho conhecimento o suficiente para discutir a respeito), apesar de o espírito de ambos os textos ainda ser o mesmo. (E o mapa que acompanha o box me deixou bastante perdida, obrigada)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

#Resenha - Três Monges Rebeldes - Pe. M. Raymond e Sentenças e fragmentos dos Escritos - São Bernardo de Claraval #Catholicpost

      Bom dia a todos! Como estão? Espero que bem. Apesar de esse livro ter sido da meta de Janeiro, eu só consegui terminá-lo essa madrugada, e já cheguei à conclusão de que vou ler de acordo com a minha vontade, apesar de ter traçado uma ousada meta de leitura anual. Dito isso, vamos à resenha de fato.
      Publicado pelo clube de leitura católico "Minha Biblioteca Católica" (o qual vale super à pena: você paga 59,90 por mês e recebe um livro católico em edição de luxo, mais brindes, que geralmente são outros livros do mesmo autor ou com o mesmo tema, marca página temático, e conteúdo online para assinantes), o livro conta de forma romanceada como foi a fundação da ordem cistercience, uma das várias ordens monásticas da Igreja Católica, e, em certo sentido, uma das mais rígidas depois da ordem cartuxa.
      A primeira surpresa foi descobrir que esse livro é o primeiro, de uma série chamada "A Saga de Cister". Ao contrário de outros títulos do Minha Biblioteca Católica, tais como "Caminho de Perfeição", de Santa Teresa de Ávila (que tenho e já está na lista) e "Confissões" (que ainda não tenho, eles não tem o livro disponível para compra na loja virtual, mas é um dos que quero), essa é a primeira edição do livro no Brasil. Apesar de à princípio não ter me impressionado tanto pela história em si, confesso que à medida em que a leitura foi transcorrendo (o que não foi fácil, dado o calor de 33, com sensação de 39 que tomou conta da minha cidade nesses últimos dias, cidade essa em que as máximas são de 31 com sensação de 33, 35 nessa época do ano), me vi cada vez mais envolvida com os personagens e a história, e quando ela terminou, pela primeira vez em anos me senti "órfã", por assim dizer. A parte estética é incrivelmente bem feita, tornando a leitura ainda mais prazerosa, e o fato de ter como "brinde" esse livreto com trechos de São Bernardo de Claraval, um dos mais ilustres "filhos de Cister", também contribui bastante para esse sentimento.
      A principal característica do gênero literário "saga" é o fato de que não há um personagem principal, mas uma família, um grupo, uma tribo, etc, e com esse livro (cuja capa e história nos remetem bastante aos Três Mosqueteiros) não seria diferente. Nessa história, apesar de São Roberto ser aquele que começa, Santo Alberico e Santo Estêvão Harding são aqueles que não apenas continuam a "rebelião", mas também assumem o protagonismo da história, cada qual à seu tempo. A história e seus personagens são tão vivos, que se Pe. Raymond - magnificamente traudzido pelos monges cisterciences do mosteiro de Nossa Senhora de Nazaré, no Rio Grande do Sul - não cita datas, eventos históricos e certos aspectos que indicam a idade dos personagens, não se percebe a passagem do tempo. O fato de ter lido "Sentenças e fragmentos dos Escritos" antes de começar o livro me deixou bastante ansiosa quanto à perspectiva de encontrar São Bernardo de Claraval na história, e devo admitir que a forma como ele aparece é surpreendente (não, isso não é spoiler, São Bernardo é um monge cistercience, em algum momento ele teria que aparecer em uma história sobre a Ordem), fazendo com que eu torça bastante para que os outros volumes da "Saga" sejam publicado pelo Minha Biblioteca Católica.
      Nesse livro há dois aspectos gerais que realmente me chamaram a atenção. O primeiro é a questão da "rebelião". a Igreja Católica, de forma geral, não vê "rebeliões" com bons olhos, então a pergunta que me fiz foi "como assim um livro católico vem me falar em 'rebelião' como se fosse algo bom?". Lendo a história entende-se que "rebelião" é o modo como a interpretação que os cistercienses deram à Regra de São Bento foi visto naquela época, da mesma forma que a interpretação dada pelos franciscanos ao Evangelho, e em ambos os casos, os "arquitetos" estariam dispostos a desistir de seus ideais caso a Igreja não fosse favorável a eles, ao contrário de Lutero, que mandou todo mundo caçar o que fazer quando a Igreja lhe foi desfavorável. A "rebelião" que desafia a tibieza é bem-vinda. A que te faz viver mais profundamente o Espírito de Cristo é bem-vinda. Por isso, a "rebelião" de Roberto, Alberico e Estêvão Harding foi bem-vinda.
      O segundo aspecto é uma senhora lição para qualquer um: seus protagonistas SEMPRE tiveram pelo menos uma pessoa com quem discutiam as coisas. SEMPRE escolhiam alguém em quem confiar, para fazer as coisas acontecerem. Essas pessoas eram justamente as que mais influenciaram no curso da história, mesmo que não percebamos. Precisamos uns dos outros. E a velha máxima "sozinho vamos rápido, acompanhados, vamos longe" se prova incrivelmente verdadeira nesse livro.
      Em termos pessoais, essa foi a primeira vez que me identifiquei profundamente com um personagem, apesar de que a única mulher na história que realmente tem um papel é Ermengarda, mãe de Roberto - que é um senhor exemplo de mulher, diga-se de passagem - e a grande maioria dos personagens são homens. Por mais que no começo eu tenha me identificado com Roberto, ao ler mais sobre Estêvão, me identifiquei profundamente com a maneira que o monge inglês enxerga as coisas, e sua fé em Maria e na Providência (todos os três monges tem essa fé, mas a forma como Estêvão tem fé é o que me chamou a atenção) é algo que qualquer um deve ter, e que estou passando da hora de correr atrás de ter. Em resumo: o livro Três Monges Rebeldes é leitura altamente recomendada, tão recomendada quanto a assinatura do Minha Biblioteca Católica, cujos livros serão resenhados à medida em que eu, assinante do clube, for lendo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

#Resenha - As Sete Lâmpadas da Santificação - João Paulo I e São João Paulo II #Catholicpost

      Olá a todos! Como estão? Espero que bem. Esse texto era para ter sido postado em meados de Janeiro, mas resolvi esperar um pouco antes de escrevê-lo, e... bom, o mês acabou e eu não escrevi. Mas cá estamos, então vamos lá!
      Esse livro me veio num combo que comprei na Black Friday da Ecclesiae, juntamente com o Teologia do Corpo - que já está na lista de leitura do ano, e que está entre os meus "desejados" há uns três anos, pelo menos - e um quadro de São João Paulo II, e sinceramente, era o último livro pelo qual eu me interessaria em ler. Nunca havia ouvido falar dele, e achava que não seria um livro tão interessante assim. Mas me equivoquei.
      Esse livro é uma compilação de catequeses proferidas por João Paulo I e São João Paulo II relacionadas às três Virtudes Teologais (virtudes que se relacionam diretamente com o próprio Deus) do catolicismo - Fé, Esperança e Caridade/Amor - e as quatro Virtudes Cardeais (desdobramentos importantes das três primeiras) do catolicismo - Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça -, virtudes essas que foram chamadas de "As Sete Lâmpadas da Santificação" por São João XXIII (Antes que alguém se incomode com o tanto de "santo", gostaria de lembrá-los de que esta que vos escreve é uma católica, para quem tais termos fazem sentido, e que o livro em questão é um livro católico, portanto, não esperem que eu não chame de "santo" alguém canonizado pela Igreja). É um livro pequeno, menor que o "Os 4 Temperamentos" (link da postagem aqui), de leitura bastante fluida, e só não terminei antes porque tive a brilhante ideia de ler o livro dos temperamentos antes de terminar esse, e como falei, o livro do Dr. Ítalo foi uma leitura pesada, do tipo que esgotou minha mente.
      Quanto ao livro em si, foi uma das melhores e mais proveitosas leituras que tive nos últimos tempos. Temos dois autores diferentes, de estilos diferentes, discorrendo praticamente sobre os mesmos temas, e tratando deles de forma bastante prática. Definitivamente, é um daqueles livros que valem a pena serem lidos e relidos por qualquer cristão. Mas o ponto que mais me chamou a atenção nesse livro não foi exatamente o aprofundamento filosófico, teológico e incrivelmente prático de São João Paulo II, ou o tom leve de João Paulo I para tratar de assuntos profundos como a definição e prática das virtudes.
      Quando lemos as catequeses, em especial seus finais, percebemos o quão cientes esses homens - e, de certa forma, toda a Igreja - estão dos problemas da própria Igreja (como os escândalos que a mídia noticia sempre que possível), sua  Missão e posição no mundo, e os problemas do próprio mundo. Vemos João Paulo I falar dos maus cristãos, São João Paulo II falar sobre o aborto (Catequese sobre a Virtude da Fortaleza), vemos o movimento causado pelo Concílio Vaticano II, e vemos também o modo como a Igreja se posiciona em relação a outras crenças e como a própria Igreja tem responsabilidade sobre o que acontece no mundo. É uma leitura bastante atual, apesar de a catequese mais recente ser do começo dos anos 2000. Se você quer entender um pouco melhor a Igreja Católica nesse último século, é uma leitura extremamente recomendada.
       Mencionei a questão dos santos aqui, e o próprio título do livro fala em "santificação", isto é, o processo de tornar-se santo. Sei que o texto já está longo, mas vale a pena mais esse parágrafo. O próprio São João Paulo II afirma que "um santo é um pecador que nunca desiste", ou seja, aquela imagem do santo como alguém que não comete erros é um equívoco crasso. Não que o santo não erre, ele só não está disposto a permanecer no erro. Está disposto a se levantar após as quedas e fazer o que estiver em seu alcance para não errar novamente, ciente de que é apenas uma criatura imperfeita, a qual erra com mais facilidade do que acerta. Muito poucos santos fizeram milagres ainda em vida, a grande maioria só o fez depois da morte, quando estavam junto a Deus, e menos ainda "se converteram" da água para o vinho, isto é, mudaram de uma vez, como todo protestante que conheço diz que "se converteu". O próprio São Paulo demorou para mudar, depois da queda do cavalo, passou um tempo com escamas nos olhos, e a menos que minha memória esteja equivocada, não fez nada até que as escamas saíssem.
       Portanto, se é isso o que você, caro leitor, deseja, fique tranquilo, porque demora mesmo. Demoramos pelo menos uns 8 meses pra nascer, por que queremos mudar em 24 horas ou menos? Ah, e o santo não é alguém "fora do mundo"(até mesmo as ordens de clausura, como o Carmelo não estão fora do mundo). É alguém que está lá para mudar o mundo, que não segue os perversos ditames do mundo (ou você acha que é lindo que a mídia trate homens e mulheres como pedaços de carne?), que tem amigos, que sai e se diverte, só não se diverte como os outros. Não é algo complicado, só não é fácil de fazer. E as Lâmpadas estão aí para isso: para iluminar o caminho.

sábado, 23 de junho de 2018

#Resenha - Entrevista com o Vampiro (Interview With the Vampire) - Anne Rice

      Olá, pessoal! Antes tarde do que nunca, não? Rs... Bom, peço perdão pela demora, aqueles que me conhecem sabem que nos últimos tempos minha vida andou de cabeça pra baixo, entre aulas, tradução e outros trabalhos, e a última coisa que conseguia fazer era ler um bom livro. Mas vamos ao que interessa, afinal de contas, esse é um blog sobre experiências literárias, essencialmente, então vamos ao livro de hoje: Entrevista com o Vampiro, de Anne Rice, autora americana que também escreveu a série de livros "A Vida dos Bruxos Mayfair", "Cristo Senhor"(série romanceada sobre a vida de Cristo), "Bela Adormecida" (uma série erótica-quase-pornográfica, diga-se de passagem), "Songs of the Seraphim"(Um homem que viaja no tempo em busca de redenção, guiado por um anjo) e "The Wolf Gift Chronicles"(Lobisomens). O plano era conseguir ler em janeiro, mas acabou não dando certo, como devem ter visto na página d'O Café no Facebook.
      "Mas histórias de vampiros? Mas não tem a ver com bruxaria, coisa das trevas, magia, essas coisas? Cristão pode ler essas coisas?" Dá uma lidinha nisso aqui, nisso, nisso, e principalmente isso aqui e isso aqui, antes de vir com esse pensamento pra cima de mim, OK? Uma coisa é 50 tons de cinza, Marquês de Sade e Aleister Crowley. Outra completamente diferente é a presença de seres sobrenaturais na literatura, e o fato de eles servirem de pano de fundo para outras coisas, como por exemplo, explorar as diversas facetas humanas. Dito isto, vamos à resenha.
      Escrito em 1979 por Anne Rice, "Entrevista com o Vampiro" é o primeiro de uma série de livros denominada "Crônicas Vampirescas" - livros esses que terão suas devidas resenhas a seu devido tempo - e foi adaptado para o cinema em 1994, tendo Brad Pitt, Tom Cruise, Kirsten Dunst, Antonio Banderas e Christian Slater nos papeis principais. No Brasil, o livro foi traduzido, não me lembro quando, por ninguém mais, ninguém menos, que Clarice Lispector, um dos maiores nomes da literatura brasileira.
      Podem me chamar de poser, mas a tradução de Clarice - que li em 2010, se não me engano, e faltando páginas no final - é o mais próximo que já li de um trabalho dela até hoje, e devo dizer que gostei muito. Pretendo ler outros trabalhos dela, só esperando tirar os trocentos e tantos outros livros que ainda estão me esperando.
      Sobre o livro, foi a adaptação para o cinema que realmente me despertou para os livros - que eram um inferno de achar até então, já que a Rocco, a editora que os publica no Brasil, estava relançando essa e outras séries da autora com novas capas -, porque até então o único livro sobre vampiros que eu conhecia era Drácula (que ainda é um dos meus preferidos), e Crepúsculo, que, apesar de estar em alta naquela época, definitivamente não fez, não faz, nem nunca fará meu estilo (acreditem, não consegui chegar ao final do primeiro capítulo do primeiro livro, em todas as vezes que tentei ler). A estética e a temática do Entrevista me chamaram muito a atenção, então fui atrás do livro e o encontrei na seção mais negligenciada da Biblioteca Pública (não, PDF não era a opção mais viável até então).
       Desde então, já li a história três vezes - sendo duas em inglês - , e apesar de não ser exatamente a minha preferida da série, ainda sim é uma boa história. Acredito que tenha sido a primeira história de vampiros a contar a história sob a perspectiva de um vampiro, sem necessariamente colocá-lo como vilão. Louis de Point du Lac é um personagem que, apesar de não ser tão "exuberante" como Lestat de Lioncourt - seu antagonista na trama -, consegue prender a sua atenção, te conquista, por assim dizer, te fazendo sentir suas dores, medos e alegrias (que são poucas, mas são alegrias). Seu relato se encaixa de forma assustadora nos relatos de pessoas com depressão (e se levarmos em consideração que Entrevista com o Vampiro foi a forma que Anne Rice encontrou de lidar com o luto pela perda de sua filha pequena para a leucemia, faz bastante sentido que seu protagonista tenha uma espécie de flerte com a depressão), e acredito que seu maior mérito nesse sentido é não colocar a depressão como algo "estético", como muitos fazem, mas como algo pesado, um fardo que somente quem vive - ou convive - com tem ideia de como é. O fato de que os outros personagens na maioria das vezes parecerem não entendê-lo, com exceção de Cláudia, a criança que ele e Lestat transformam em vampiro, e que apesar de envelhecer, é eternamente uma criança (o que praticamente a enlouquece),  também ilustra bem como o depressivo se sente.
       Quanto à Lestat de Lioncourt, o antagonista na trama, parece ser mais do que aparenta. Mesmo que Louis o descreva como um vilão, é importante nos lembrarmos de que esse é um relato em primeira pessoa, portanto, bastante subjetivo, e que Louis e Lestat tem sérias divergências sobre inúmeros assuntos ao longo da trama. E dada a complexidade dos personagens presentes no livro, não se pode dizer que existam vilões e mocinhos na trama de Anne Rice, assim como na vida real, onde podemos ser heróis e vilões ao mesmo tempo. Lestat parece ser mais do que aparenta, porque o pouco que se sabe dele é conhecido através de Louis e Armand, o líder do "Teatro dos Vampiros" (sim, você deve ter se lembrado do Legião, e eu acredito que Renato Russo leu esse livro também),  um vampiro com uns bons séculos de vida, e a aparência de um adolescente andrógino de 17 anos de idade, que é sem dúvida um dos personagens mais enigmáticos da trama, pois nunca se sabe exatamente o que ele quer de quem.
      Por fim, temos o repórter Daniel Molloy, que é o único personagem realmente de fora da trama, assim como o leitor. Ele é apenas um repórter que encontra Louis de Point du Lac em um bar e, descrente quanto à afirmativa deste de que era um vampiro, resolve tirar a prova dos nove. Ele está apenas ouvindo a história, e quer fazer parte dela. Quer ser parte do mundo dos bebedores de sangue, apesar de tudo o que Louis lhe conta. Não se sabe se ele eventualmente consegue, mas certamente ele está tentado, assim como muitos de nós poderíamos nos sentir tentados em seu lugar. Por que não? Coisas muito menores nos tentam, não é mesmo?
      Bom, quanto ao livro x filme, o filme é bom, mas depois que você lê o livro e tenta ver o filme, o sentimento de "Que porcaria é essa?" parece assistir o filme com você. Dentre outros motivos, temos Antonio Banderas, no auge de seus 30 anos, mais masculino impossível, interpretando um vampiro andrógino de 17 anos (porque Tom Cruise aos 30, interpretando Lestat, que tem uns 20, ainda passa). Ele capturou muito bem a essência de Armand, mas sinceramente, não dá. Parece que o filho de Anne Rice está trabalhando em um seriado baseado nas Crônicas Vampirescas (que eu acho mais difícil de sair do que eu de me casar), e espero sinceramente que achem um elenco mais próximo das descrições que a mãe dele fez dos personagens. Se bem que pra mim, Lestat de Lioncourt é Robert Plant na época do Led I, Armand, Jimmy Page nessa mesma época, Louis de Point du Lac, Brad Pitt no filme, e Daniel Molloy, Christian Slater no filme... Mas vou assistir o seriado mesmo assim, ainda que seja pra reclamar que "isso não tava no livro", e pegar um monte de vírus no PC, já que até a Netflix adicionar no catálogo, eu provavelmente já terei pelo menos uns dois filhos, e olha que acho difícil eu me casar!
      Mas e vocês? Já leram o livro, ou viram o filme? Qual a opinião de vocês? Qual - ou quais - vampiro literário é o seu preferido? Conta nos comentários!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

#Resenha - YouCat: Update! Confissão - Vários autores #Catholicpost

E a pilha de livros pra ler tá lá...

       Oi pessoal! Como estão vocês? Bom, eu estou só na correria esse fim de ano, mas conforme prometido no último post, eis a resenha do livro YouCat: Update! Confissão.
         Enquanto estava dando uma olhada no meu painel do Blogger, acabei vendo que tinha deixado "pendurada" no começo do ano uma resenha sobre esse livro, que chegou pra mim no final do ano passado, juntamente com o DoCat: A Doutrina Social da Igreja para os jovens (vai ter resenha dele por aqui também, mas não por agora), mas como isso aconteceu junto com os últimos acertos do meu TCC (que se a faculdade tiver disponibilizado em sua biblioteca virtual eu dou uma atualizada aqui com o link), achei que daria mais certo ler e escrever sobre ele no começo desse ano. Como vocês devem ter notado, acabou que esse ano não escrevi absolutamente nada, apesar de ter terminado esse livro. Esse ano aliás, deve ter sido o ano em que eu mais interrompi leituras por motivos fúteis de todos os tempos, e foram tantas que até perdi a conta de quantas eram. Estou começando a repensar minha postura sobre a meta de leitura do Skoob e adotá-la ano que vem, porque me parece que vou precisar se quiser fazer um detox digital... Mas chega de enrolação, e vamos à resenha.
         Para início de conversa, eu tenho o YouCat também, e como achei a proposta interessante, procurei os outros livros dessa mesma linha, e esse pequeno - tanto em tamanho, quanto em quantidade de páginas, que são 86 - livro sobre a Confissão foi um dos primeiros que consegui comprar. E digamos que foi uma compra que valeu a pena. Não só por causa do conteúdo, mas também pela edição primorosa - característica da chamada "Família YouCat" - que apresenta capa firme e uma parte visual bem agradável, com ilustrações e fotos. Mas a primeira pergunta é: O que é a Confissão? Por que um livro sobre ela? E por que um livro que fala sobre Confissão tem a palavra "Update" junto? O que uma coisa tem a ver com a outra?
           A Confissão, para aqueles que não conhecem o Catolicismo, não é apenas um "contar para alguém tão falível quanto eu os meus erros e  pedir que essa pessoa me perdoe em nome de Deus". A Confissão é um sacramento, isto é, um sinal deixado por Cristo para que nos voltemos à Ele. O da Confissão, assim como os demais, possui embasamento bíblico, mais precisamente as passagens de João, Capítulo 20, versículo 23, e principalmente a de Mateus, Capítulo 16, versículos 18 e 19. Isto porque nestas duas passagens Cristo dá aos seus apóstolos, isto é, seus sucessores, o poder de perdoar os pecados. E como vemos em Atos dos Apóstolos, fez-se necessário que os apóstolos designassem pessoas, tal como Cristo os designara, para cumprir suas funções onde eles não pudessem estar (e da mesma forma, pessoas para substituí-los após sua morte), sendo que dentre estas funções está justamente a de perdoar os pecados. E como bem sabemos, da mesma forma que você não pode perdoar uma ofensa que não conhece, os apóstolos e seus sucessores não podem perdoar os pecados sem que estes não fossem conhecidos, que é de onde surgiu a Confissão que, por motivos óbvios, é algo entre quem está confessando e quem está ouvindo a Confissão. O padre é falível? Sim, tanto quanto você. Mas se formos traçar a origem da autoridade que foi conferida àquele padre para isso - e que não foi conferida à você que está lendo esta postagem, a menos que você também seja padre -, com toda a certeza chegaremos a pelo menos um dos Doze, que recebeu esta mesma autoridade de ninguém mais ninguém menos que o próprio Cristo #dealwithit
          O livro em si não fala apenas sobre o que é a Confissão - que, em linhas gerais, é um recomeço em nossa relação com Deus quando, por descuido, ou por orgulho, ou por qualquer outro motivo, estragamos essa relação, por isso a associação com Update, que significa atualizar - mas também conta sobre seus efeitos, como funciona, e como fazer uma boa confissão. É interessante também o fato de que acompanha um guia para fazer um bom exame de consciência e orações para nos auxiliar na Confissão, coisa que muitos de nós católicos simplesmente desconhecemos (alô catequistas!) e que, digo por experiência própria, são muito úteis. Além disso, há algumas histórias no mínimo interessantes envolvendo este sacramento, como por exemplo, a existência das chamadas Night Fevers (que apesar de poderem ser traduzidas como "Noites da Febre", estão mais para "Noites de Fé"), onde, dentre outras coisas, há a presença de padres atendendo confissões, e, pasemem (ou não), esse é um evento de jovens, bem como orientações para que possamos avaliar nossa relação com Deus e onde estamos errando e acertando nela, e de forma geral, este livro cumpre seu propósito de orientação, além de nos trazer bastante esperança.
          Sobre o "porquê de se fazer um livro sobre a Confissão", acredito que seja necessário porque este assunto, de forma geral, gera bastante dúvida tanto nos católicos quanto nos não-católicos, e para os primeiros, estas dúvidas geram grandes saias justas, pois se até um advogado precisa conhecer seu cliente para defendê-lo, como um católico vai defender sua fé se não a conhece? Ou pior: como um católico vai ser católico se não conhece sua própria fé? E bem sabemos que há padres e catequistas bastante descuidados nesses assuntos, infelizmente. Portanto, um livro sobre este sacramento é de vital importância para nós, católicos, porque nos possibilita conhecermos nossa fé e sabermos o que raios estamos fazendo neste mundo. Virou um livro de cabeceira meu, e acredito sinceramente que se tornará o seu também após a leitura.
         Um abraço, e até mais!


P.S.: Se alguém de vocês já foi em uma Night Fever, por gentileza compartilhe a experiência! Será bastante interessante para aqueles que, como eu, se interessam.