Mostrando postagens com marcador #mudança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #mudança. Mostrar todas as postagens

domingo, 13 de janeiro de 2019

#Resenha - Os 4 Temperamentos na Educação dos Filhos - Dr. Ítalo Marsili

Perdão pela foto borrada rs... No mais, o "Keep calm and Study your ass off" é bem o estilo do Dr...

      Boa tarde, pessoas! Como estão? Espero que bem. Primeiro de tudo, Feliz Natal e Ano Novo atrasados a todos! Muita saúde, paz e conquistas a todos nós. Gostaria de informar que estou de saco cheio de não conseguir ler um livro inteiro, muito menos de não escrever, e isso me impulsionou a tentar de novo fazer isso tudo, como eu costumava fazer antes da PUC, e espero sinceramente que meu esforço seja recompensado esse ano, porque não aguento mais ficar nessa. No mais, o post de hoje é sobre o primeiro livro que consegui terminar de ler em uns 4 anos, "Os 4 Temperamentos na Educação dos Filhos", do Dr. Ítalo Marsili.
      "Primeiro de tudo, quem diabos é esse cara?". Bom, a culpa de eu conhecer esse livro - bem como o trabalho desse autor como um todo - é das mulheres católicas que sigo no Instagram, tipo a Thais Schmitt, da Loja Stella Maris, e a Rayhanne Zago, do Lírio entre Espinhos, que postavam as respostas dele em seus Stories. Respostas essas bastante práticas e realistas, do tipo que toda criatura que se dispõe a lidar com Coaching, RH, Psicologia e Psiquiatria está passando da hora de dar para as pessoas (um dia ainda falo sobre a minha birra com o pessoal dessas áreas), então comecei a seguí-lo no Instagram. Tem conselhos que não são a coisa mais fácil do mundo - como por exemplo, não reclamar - mas percebi que, pelo menos para mim, quando tento botar em prática, funciona, então aqui estamos. Sugiro que deem em uma olhada no perfil dele no Instagram se quiserem conhecê-lo melhor, pois esse não é exatamente o objetivo deste post. O assunto "temperamentos" é algo que me interessa a algum tempo, então quando soube do livro, pensei em comprá-lo, mas a ideia de passar a leitura dele na frente de todas as outras veio da Michelle, psicóloga, amante de livros, e dona de um dos Instagrams mais interessantes que já vi, o Contra o Mundo Moderno. Dito isso, vamos à resenha de fato.
      O livro fala sobre uma corrente de estudo dos temperamentos humanos baseada nas ideias de filósofos da Grécia Antiga, que afirmavam que devia haver um princípio que regia o mundo, fosse esse princípio o Fogo, a Terra, a Água e o Ar. De forma análoga, o temperamento humano (isto é, a base sobre a qual construímos nossa personalidade, e, as "lentes" que usamos para enxergar o mundo, parafraseando um professor meu da PUC), tem características desses princípios, e considerando esse viés "místico" de quatro elementos, as universidades não levam esse tipo de estudo  muito a sério desde que houve a chamada "desmistificação do mundo", em que a razão pura e simples deve ser o Norte de tudo (algo bastante falho, visto que somos mais do que razão, se pararmos de fato para pensar). Apesar do nome, o livro não serve apenas para que lidemos com a questão dos filhos, mas também para nos relacionarmos com as pessoas de forma geral, e até mesmo conosco mesmos, visto que cada temperamento possui suas características e desafios.
       Eu até poderia falar mais sobre o livro, mas a grande verdade é que eu não devia ter aceitado a sugestão da Michelle de ler esse livro o quanto antes rs... Digo isso porque para mim, a leitura foi pesada. Não consegui entender muita coisa de verdade, o que me atrapalha demais a falar mais alguma coisa, apesar de ter achado a parte prática bastante interessante. Talvez eu consiga entender melhor esse livro se eu fizer a leitura em um outro momento de minha vida, e é exatamente o que farei - e podem ter certeza, farei uma nova postagem sobre esse livro depois dessa leitura - , mas por hora, se você tem uma boa boa dose de autoconhecimento, paciência, disposição para melhorar o modo como você se relaciona consigo mesmo e com o mundo, se você quer aprender algo novo, ou se você é de alguma dessas áreas com as quais eu tenho birra, esta leitura é para você!

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

#Resenha - Macbeth - William Shakespeare

      Bom dia! Como estão vocês? Espero que bem, e espero também que se acostumem com mais resenhas em um curto espaço de tempo, pois é como as coisas serão feitas de agora em diante, e a resenha de hoje é sobre um dos grandes clássicos da literatura universal, a tragédia de Macbeth, de William Shakespeare.
      Escrita durante a chamada "fase madura" de Shakespeare, Macbeth é uma de suas tragédias mais famosas, juntamente com Hamlet (de onde saíram frases clássicas como "Ser, ou não ser? Eis a questão!" e "Há algo de podre no reino da Dinamarca") e Romeu e Julieta (Que é, de longe, sua obra mais famosa). É uma tragédia em 5 atos, escrita conforme o gênero teatro (isto é, como se fosse o roteiro de uma peça), e conta a história de um barão do rei Duncan da Escócia chamado Macbeth, que durante o período de guerra encontra-se por acaso com três bruxas que preveem que ele será Barão de Cawdor e Glamis, e rei da Escócia em algum momento. Banquo, seu amigo, não leva isso muito à sério, e leva menos à serio ainda quando essas mesmas bruxas dizem que, muito embora ele mesmo não seja rei, seus filhos o serão. Macbeth deseja que isso seja verdade, ainda que adote uma postura cética a princípio, pelo fato de já ser o barão de Cawdor e por isso mesmo, acreditar que as ditas bruxas talvez não soubessem tanto assim.
      A coisa muda de figura quando é comunicado a Macbeth que o Rei Duncan o nomeara barão de Glamis, visto que o homem que detinha o título anteriormente se revelara um traidor, e isso atiça sua ambição de se tornar o rei da Escócia. Ansioso, começa a desejar que alguma coisa aconteça logo para que ele se torne o rei, ainda que isso implique matar Duncan para assumir o trono (pensamento que o assusta, mas não tanto a ponto de desistir de sua ambição). Sua esposa, Lady Macbeth, tão ambiciosa quanto o marido, ao saber do encontro do marido com as bruxas e o que ocorreu logo em seguida, começa a arquitetar algo para que a última parte da profecia - a que diz que seu marido se tornará Rei - se cumpra o mais rápido possível, e ainda desconhecendo o desejo do marido de matar Duncan, começa a tramar o assassinato deste, planejando uma festa no castelo apenas para matá-lo enquanto dormisse.
      O plano é levado à cabo, Duncan é assassinado, e na falta de descendentes, ou de um herdeiro nomeado, Macbeth é coroado rei da Escócia. No entanto, há muitas dúvidas entre os vassalos de Duncan quanto à legitimidade do novo monarca, principalmente por parte de Banquo, que conhecia a profecia das bruxas e começa a ponderar se o amigo havia matado o antigo rei. Macbeth passa a ficar cada vez mais paranoico quanto à lealdade dos seus, e isso leva a uma guerra sangrenta dentro do reino.
      Sinceramente? Acredito que essa história caberia muito bem num #catholicpost. É sério. Digo isso porque toda a ação da trama se desenvolve em função da crença de Macbeth de que ele será rei pelo simples fato de que três bruxas assim o disseram, juntamente com o anúncio que acabou se concretizando, de que seria barão de Cawdor e Glamis. Logo, o ambicioso Macbeth acredita que se elas acertaram em cheio quanto ao seu baronato, com certeza teriam acertado sobre sua coroação. Macbeth orientou sua vida e suas ações em função de uma profecia que acalentava e dava razão às suas ambições mais sombrias, e isso é nada mais nada menos do que confiar em adivinhos ao invés de confiar em Deus. E, infelizmente, há muitos cristãos - e nisso incluo nós, católicos - que fazem isso de forma inconsciente, seja porque não conhecem a própria fé, seja porque caem na falácia de que isso não vai contra sua própria fé. Isso sem contar a sabedoria de Banquo, que exclama na terceira cena do primeiro ato "Ora, pode pois o Demônio falar a verdade?", quando percebe que as bruxas acertaram.
      Digo que foi sábio, porque não são todos os que percebem que o demônio também sabe das coisas, e isso vai desde nossos defeitos e ambições mais sombrias, até os planos de Deus para nós, só não está interessado em usar isso para nos ajudar a chegar até Ele. Ao final da história, vemos que Macbeth acabou por destruir a si e a muitos, e é exatamente o que acontece quando cedemos à tentação de acreditar em adivinhos, uma vez que, de uma forma geral, esses adivinhos não falam a verdade o tempo todo, apenas o bastante (adquirida sabe-se lá Deus como) para que confiemos neles, e então, falam o que queremos ouvir, sendo verdade ou não, e o resto o nosso próprio egoísmo faz.
       Quando citei que o livro é escrito sob a forma de um roteiro de teatro, estou dizendo que esse texto é exatamente o que é encenado no teatro, e isso me deixa curiosa sobre como seria de fato, essa peça acontecendo. Ainda não tive a chance de ver no teatro, mas a Netflix tem uma adaptação com Michael Fassbender no papel principal, e embora eu ainda não tenha visto, talvez seja a opção mais acessível por enquanto (porque com certeza essa peça não vai sair barata, e eu já pago 20 e poucos contos de Netflix, então tenho que aproveitar)... Se quero ver a peça "ao vivo e à cores"? Sim, mas enquanto isso, vamos de Netflix mesmo ^^

sábado, 23 de junho de 2018

#Resenha - Entrevista com o Vampiro (Interview With the Vampire) - Anne Rice

      Olá, pessoal! Antes tarde do que nunca, não? Rs... Bom, peço perdão pela demora, aqueles que me conhecem sabem que nos últimos tempos minha vida andou de cabeça pra baixo, entre aulas, tradução e outros trabalhos, e a última coisa que conseguia fazer era ler um bom livro. Mas vamos ao que interessa, afinal de contas, esse é um blog sobre experiências literárias, essencialmente, então vamos ao livro de hoje: Entrevista com o Vampiro, de Anne Rice, autora americana que também escreveu a série de livros "A Vida dos Bruxos Mayfair", "Cristo Senhor"(série romanceada sobre a vida de Cristo), "Bela Adormecida" (uma série erótica-quase-pornográfica, diga-se de passagem), "Songs of the Seraphim"(Um homem que viaja no tempo em busca de redenção, guiado por um anjo) e "The Wolf Gift Chronicles"(Lobisomens). O plano era conseguir ler em janeiro, mas acabou não dando certo, como devem ter visto na página d'O Café no Facebook.
      "Mas histórias de vampiros? Mas não tem a ver com bruxaria, coisa das trevas, magia, essas coisas? Cristão pode ler essas coisas?" Dá uma lidinha nisso aqui, nisso, nisso, e principalmente isso aqui e isso aqui, antes de vir com esse pensamento pra cima de mim, OK? Uma coisa é 50 tons de cinza, Marquês de Sade e Aleister Crowley. Outra completamente diferente é a presença de seres sobrenaturais na literatura, e o fato de eles servirem de pano de fundo para outras coisas, como por exemplo, explorar as diversas facetas humanas. Dito isto, vamos à resenha.
      Escrito em 1979 por Anne Rice, "Entrevista com o Vampiro" é o primeiro de uma série de livros denominada "Crônicas Vampirescas" - livros esses que terão suas devidas resenhas a seu devido tempo - e foi adaptado para o cinema em 1994, tendo Brad Pitt, Tom Cruise, Kirsten Dunst, Antonio Banderas e Christian Slater nos papeis principais. No Brasil, o livro foi traduzido, não me lembro quando, por ninguém mais, ninguém menos, que Clarice Lispector, um dos maiores nomes da literatura brasileira.
      Podem me chamar de poser, mas a tradução de Clarice - que li em 2010, se não me engano, e faltando páginas no final - é o mais próximo que já li de um trabalho dela até hoje, e devo dizer que gostei muito. Pretendo ler outros trabalhos dela, só esperando tirar os trocentos e tantos outros livros que ainda estão me esperando.
      Sobre o livro, foi a adaptação para o cinema que realmente me despertou para os livros - que eram um inferno de achar até então, já que a Rocco, a editora que os publica no Brasil, estava relançando essa e outras séries da autora com novas capas -, porque até então o único livro sobre vampiros que eu conhecia era Drácula (que ainda é um dos meus preferidos), e Crepúsculo, que, apesar de estar em alta naquela época, definitivamente não fez, não faz, nem nunca fará meu estilo (acreditem, não consegui chegar ao final do primeiro capítulo do primeiro livro, em todas as vezes que tentei ler). A estética e a temática do Entrevista me chamaram muito a atenção, então fui atrás do livro e o encontrei na seção mais negligenciada da Biblioteca Pública (não, PDF não era a opção mais viável até então).
       Desde então, já li a história três vezes - sendo duas em inglês - , e apesar de não ser exatamente a minha preferida da série, ainda sim é uma boa história. Acredito que tenha sido a primeira história de vampiros a contar a história sob a perspectiva de um vampiro, sem necessariamente colocá-lo como vilão. Louis de Point du Lac é um personagem que, apesar de não ser tão "exuberante" como Lestat de Lioncourt - seu antagonista na trama -, consegue prender a sua atenção, te conquista, por assim dizer, te fazendo sentir suas dores, medos e alegrias (que são poucas, mas são alegrias). Seu relato se encaixa de forma assustadora nos relatos de pessoas com depressão (e se levarmos em consideração que Entrevista com o Vampiro foi a forma que Anne Rice encontrou de lidar com o luto pela perda de sua filha pequena para a leucemia, faz bastante sentido que seu protagonista tenha uma espécie de flerte com a depressão), e acredito que seu maior mérito nesse sentido é não colocar a depressão como algo "estético", como muitos fazem, mas como algo pesado, um fardo que somente quem vive - ou convive - com tem ideia de como é. O fato de que os outros personagens na maioria das vezes parecerem não entendê-lo, com exceção de Cláudia, a criança que ele e Lestat transformam em vampiro, e que apesar de envelhecer, é eternamente uma criança (o que praticamente a enlouquece),  também ilustra bem como o depressivo se sente.
       Quanto à Lestat de Lioncourt, o antagonista na trama, parece ser mais do que aparenta. Mesmo que Louis o descreva como um vilão, é importante nos lembrarmos de que esse é um relato em primeira pessoa, portanto, bastante subjetivo, e que Louis e Lestat tem sérias divergências sobre inúmeros assuntos ao longo da trama. E dada a complexidade dos personagens presentes no livro, não se pode dizer que existam vilões e mocinhos na trama de Anne Rice, assim como na vida real, onde podemos ser heróis e vilões ao mesmo tempo. Lestat parece ser mais do que aparenta, porque o pouco que se sabe dele é conhecido através de Louis e Armand, o líder do "Teatro dos Vampiros" (sim, você deve ter se lembrado do Legião, e eu acredito que Renato Russo leu esse livro também),  um vampiro com uns bons séculos de vida, e a aparência de um adolescente andrógino de 17 anos de idade, que é sem dúvida um dos personagens mais enigmáticos da trama, pois nunca se sabe exatamente o que ele quer de quem.
      Por fim, temos o repórter Daniel Molloy, que é o único personagem realmente de fora da trama, assim como o leitor. Ele é apenas um repórter que encontra Louis de Point du Lac em um bar e, descrente quanto à afirmativa deste de que era um vampiro, resolve tirar a prova dos nove. Ele está apenas ouvindo a história, e quer fazer parte dela. Quer ser parte do mundo dos bebedores de sangue, apesar de tudo o que Louis lhe conta. Não se sabe se ele eventualmente consegue, mas certamente ele está tentado, assim como muitos de nós poderíamos nos sentir tentados em seu lugar. Por que não? Coisas muito menores nos tentam, não é mesmo?
      Bom, quanto ao livro x filme, o filme é bom, mas depois que você lê o livro e tenta ver o filme, o sentimento de "Que porcaria é essa?" parece assistir o filme com você. Dentre outros motivos, temos Antonio Banderas, no auge de seus 30 anos, mais masculino impossível, interpretando um vampiro andrógino de 17 anos (porque Tom Cruise aos 30, interpretando Lestat, que tem uns 20, ainda passa). Ele capturou muito bem a essência de Armand, mas sinceramente, não dá. Parece que o filho de Anne Rice está trabalhando em um seriado baseado nas Crônicas Vampirescas (que eu acho mais difícil de sair do que eu de me casar), e espero sinceramente que achem um elenco mais próximo das descrições que a mãe dele fez dos personagens. Se bem que pra mim, Lestat de Lioncourt é Robert Plant na época do Led I, Armand, Jimmy Page nessa mesma época, Louis de Point du Lac, Brad Pitt no filme, e Daniel Molloy, Christian Slater no filme... Mas vou assistir o seriado mesmo assim, ainda que seja pra reclamar que "isso não tava no livro", e pegar um monte de vírus no PC, já que até a Netflix adicionar no catálogo, eu provavelmente já terei pelo menos uns dois filhos, e olha que acho difícil eu me casar!
      Mas e vocês? Já leram o livro, ou viram o filme? Qual a opinião de vocês? Qual - ou quais - vampiro literário é o seu preferido? Conta nos comentários!

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Sobre Telefones e Livros

É uma relação bem harmoniosa, #sqn 

       Olá, pessoal! Como estão? Espero que bem. Primeiramente, gostaria de pedir perdão pela minha ausência. Esse ano eu "levei na pinguela", como dizemos por aqui, praticamente tudo. As únicas coisas realmente "importantes" que fiz esse ano foram tirar carteira e resolver dar aulas de inglês, presencial ou via Skype, adaptadas às diversas rotinas e necessidades das pessoas.
      "Ah" - vocês podem dizer - "Mas quem disse que não dá pra ler nada?". E é aí que entra o post de hoje. Creio que muitos de vocês, assim como eu, possuem um smartphone. E, assim como eu, creio que vocês também passem muito tempo com ele, mais até do que o saudável. Isto mesmo que vocês estão lendo aqui, talvez até mesmo de seu smartphone: passamos mais tempo em frente ao bendito do que o normal. A frase "desligue a TV e vá ler um livro" deveria ser substituída por "largue o telefone e vá ler um livro". É o que estou tentando fazer. Mas não estou sozinha. O Wagner Brenner, do Update or Die também passa por isso, assim como a pessoa do grupo Skoob - O que você anda lendo? (ou seria do Devoradores de Livros? Agora também não lembro...), que postou o texto para nós. Texto esse que reproduzo na íntegra aqui. O link pro site está no fim da postagem.
A propósito, descobri que tinha deixado nos rascunhos do blog, ainda no começo do ano, uma resenha sobre o livro "YouCat: Update! Confissão", mas mesmo tendo terminado de ler esse livro ainda no começo do ano, eu não consegui elaborar nada, mas até o fim do ano sai, vou ler novamente e faço a resenha. No mais, segue o texto do Update or Die:

Socorro, não consigo mais ler livros.

Sou um leitor, desde que me entendo por gente. Sempre li muito. E continuo lendo. Mas de uns anos para cá, me alimentar compulsivamente de internet tem causado um efeito colateral que ainda não consigo explicar muito bem.
Só sei que agora, toda vez que pego um livro nas mãos, não consigo ler, canso rápido. Se o texto não “embala” logo, preciso de muito esforço para continuar com a leitura. E não é só com o livro de papel. A mesma coisa acontece com o livro digital. Não tem nada a ver com o tipo de apoio. Tem a ver com a extensão do texto.
Essa situação tem me deixado angustiado. Será que desaprendi a ler? Será que fiquei preguiçoso? Será que agora só consigo ler coisas curtinhas e, de preferência, com uns links? Acho que não. Na verdade, nunca li tanto como agora. Passo o dia inteiro lendo. Mas leio cacos, fragmentos.
Sim, o efeito é conhecido e foi previsto anos atrás.
Sai o disco, entra a música.
Sai o filme, entra a série.
Sai a série, entra o curta do Youtube.
Sai a mesa de bar, entra o Facebook.
Sai o livro, entra o post, o artigo.
Tudo o que era consumido em pacote-família, em tabletão, agora é consumido em formato M&M’s.
A gente já sabia que isso acontecer, faz tempo. Mas o que eu ainda não tinha sentido na pele é que esse fenômeno do snack culture iria me TIRAR algo e me IMPEDIR de ler textos longos. Porque uma coisa é você perceber que existe uma nova maneira de ler (circular e não linear) e passar a usá-la.
Outra coisa é você perder sua capacidade de concentração.
Eu queria adicionar o jeito novo, mas não queria perder o jeito velho.
A internet causou em mim, e talvez em você, uma diminuição na atenção, um efeito similar ao do Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH). Não que essa dificuldade de concentração seja um TDAH (que é neuro-biológico e tem causas genéticas), mas tem essa característica em comum. Aliás, os próprios parâmetros de diagnóstico de TDAH tem sido frequentemente revistos justamente por conta dessa alteração de comportamento, especialmente em escolas.
Já tentei de tudo, busquei aquelas ficções bacanas, cheias de escapismo, com viagens para lugares distantes, coisas que eu devorava durante a adolescência…mas 10 minutos depois o que escapa é minha atenção mesmo.
Fico voltando para o começo do parágrafo, sabe? Nem a biografia do Steve Jobs eu consegui terminar.
Fico repetindo para o autor “vai, já entendi, conta logo, pára de enrolar”.
Esse é outro sintoma: fiquei mais factual e perco fácil a paciência com aquela fase de contextualização e envolvimento com os personagens.
Meu kindle tem, neste exato momento, a ridícula marca de 18 livros iniciados.
Estou fazendo com eles a mesma coisa que faço com as músicas no meu iPhone, que fatalmente acabam tomando uma “skipada” depois de alguns segundos (tirando as do Zappa, que felizmente ainda ouço cada nota com prazer até o fim). Pô, eu ouvia aqueles álbuns inteiros do Pink Floyd… agora isso seria inimaginável.
Sei que isso tudo soa como algo ruim, mas nem isso eu tenho certeza.
A civilização humana já passou por isso muito antes da internet, por exemplo quando passamos da comunicação exclusivamente oral e acrescentamos a escrita. Colocar conteúdo por escrito livrou nossa memória e permitiu textos bem mais longos e precisos. Agora estamos de volta aos conteúdos curtos, mas ainda mais precisos. E, se um dia desenvolvermos a telepatia, certamente as palavras vão nos parecer ineficientes demais. Formas diferentes de trocar conteúdos, histórias.
Enfim, um post pouco conclusivo, mais desabafo mesmo, para ver se tem mais gente nesse barco.
Estou assustado por não conseguir mais ler um livro inteiro.


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sobre expectativas


      Olá a todos! Primeiro de tudo, um Feliz Natal e um Ano Novo relativamente atrasados. A minha ausência do blog se resume na minha formatura, o caminho até lá, e falta de disposição para sentar e ler um bom livro, o que complica para falar alguma coisa aqui. Sobre esse último, já entrou para a lista de resoluções de 2017 (vejam que não é "lista de promessas", é "resoluções", "coisas que serão efetivamente feitas") dar um jeito de largar o telefone de lado pra poder realmente ler alguma coisa, mas vou falar disso  ainda neste post.
      O fato é que o meu planejamento efetivo de vida terminava na formatura. Até a formatura, planejei - e corri atrás - de muita coisa. Mas agora, não tenho nenhum plano desse quilate. Nenhum que possa definir a minha vida e que dependa única e exclusivamente da minha pessoa, tal como a formação acadêmica. Sim, porque como a minha vocação não é religiosa, para ser algo que dependa, neste mundo, mais de mim do que dos outros, então dependo de outra pessoa para concretizá-la - e com isso, definir minha vida de vez -, uma vez que casamento não se faz sozinho (fica a dica pra você que carrega o relacionamento nas costas 99% do tempo e acha que se casar conserta, ou que está mais empolgado(a) em se casar do que a(o) namorada(o) e acha que você resolvendo é o que importa. Não é bem assim não, viu?). Até você se formar, você vai planejando sua vida. E depois?
      A grande verdade disso é que esse "depois" é exatamente aquilo que você sonha aos 18, mas de uma forma um pouco menos romântica. Você já se formou em alguma coisa, aprendeu alguma profissão - ou pelo menos aprendeu a ser mais maduro - já cumpriu essa obrigação social (porque, convenhamos, quando você está no final do Ensino Médio, ninguém quer saber o que realmente te fará realizado, querem é que você passe no vestibular e se forme e pronto. Se for Medicina, Engenharia ou Direito então, melhor ainda, você é o tesourinho da família, ainda que a última coisa que você queira na vida seja plantões de madrugada, cálculos complexos ou mandar sua ética à merda em várias situações se quiser sobreviver), agora você pode fazer o que você quiser da sua vida. Mas agora, o que você quer é conseguir pagar as contas do mês e não se endividar demais. Você quer poder bancar suas farras com os amigos e as viagens com a turma sem que isso te arrebente financeira e profissionalmente. Você não é mais aquela criatura de 18 anos que acha que é adulto e que quer "curtir a vida adoidado". Você tem certeza de que você tem muito o que aprender com a vida e quer "curtir a vida responsavelmente". Esse "depois" é quando você começa a viver de fato a sua vida, quando todas as suas expectativas de futuro estão ali na sua frente, e cabe a você vivê-las ou não de acordo com o cenário e a sua postura frente a ele. Principalmente porque quando isso acontece, você já não é mais aquela pessoa que criou primeiro as expectativas. E mesmo que seja, o cenário nem sempre é o mesmo de quando você criou essas benditas
       Se você virasse para a Fernanda que há 4 anos atrás passou em Administração no IFMG de Formiga e que migrou para a PUC Arcos porque não tinha como estudar em tempo integral, como era o curso do IFMG, e também porque sempre quis a PUC mesmo, e dissesse para ela que durante esses quatro anos ela iria quebrar bastante a cara no amor, mas que no penúltimo ano de faculdade iria achar alguém que iria fazer valer a pena cada esforço que ela fizesse, e ainda iria ensiná-la que realmente amor é decisão (porque mesmo essa pessoa valendo a pena, a Fernanda ainda iria ter aquelas fases de isolamento social, e essa pessoa iria atrapalhar essa fase mesmo sem querer), ela não iria acreditar. Muito menos que logo no final do primeiro ano de faculdade ela iria mandar a Umbanda à PQP e se tornar católica, e que a vida dela não iria virar uma merda por isso, como na Umbanda costumam dizer, muito pelo contrário, a vida da Fernanda realmente iria pra frente. E que apesar de todos os escrúpulos, a Fernanda ainda iria colar e passar cola umas 3 vezes durante os 4 anos da faculdade, e ainda iria receber para fazer trabalhos para os outros (e tomar uns bons canos com isso). Menos ainda que ela iria desistir da música por um tempo, entrar em depressão, conhecer o inferno na Terra, mas que nos 45 do segundo tempo esse jogo iria virar. Ela também iria duvidar seriamente que em algum momento da vida, iria gastar mais do que ganha e ainda desenvolver algumas habilidades que sonhara na infância, tais como a costura. E com certeza ficaria horrorizada se dissessem a ela que em quatro anos ela afirmaria que era uma pirralha metida a besta quando entrou na faculdade. Mas sabem por que? Porque essa Fernanda que entrou na PUC há 4 anos atrás, não é essa que está escrevendo para vocês. Essa que vos escreve tem plena consciência de que o caminho é longo, que a Confissão vai dar uma help das boas, e que por mais ela tivesse acreditado que esses quatro anos não valeram a pena, quando ela finalmente pegou o canudo (porque o diploma o MEC só libera no ano seguinte, sabe-se lá quando), entendeu que fez o melhor que conseguiu fazer.