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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

#Resenha - Macbeth - William Shakespeare

      Bom dia! Como estão vocês? Espero que bem, e espero também que se acostumem com mais resenhas em um curto espaço de tempo, pois é como as coisas serão feitas de agora em diante, e a resenha de hoje é sobre um dos grandes clássicos da literatura universal, a tragédia de Macbeth, de William Shakespeare.
      Escrita durante a chamada "fase madura" de Shakespeare, Macbeth é uma de suas tragédias mais famosas, juntamente com Hamlet (de onde saíram frases clássicas como "Ser, ou não ser? Eis a questão!" e "Há algo de podre no reino da Dinamarca") e Romeu e Julieta (Que é, de longe, sua obra mais famosa). É uma tragédia em 5 atos, escrita conforme o gênero teatro (isto é, como se fosse o roteiro de uma peça), e conta a história de um barão do rei Duncan da Escócia chamado Macbeth, que durante o período de guerra encontra-se por acaso com três bruxas que preveem que ele será Barão de Cawdor e Glamis, e rei da Escócia em algum momento. Banquo, seu amigo, não leva isso muito à sério, e leva menos à serio ainda quando essas mesmas bruxas dizem que, muito embora ele mesmo não seja rei, seus filhos o serão. Macbeth deseja que isso seja verdade, ainda que adote uma postura cética a princípio, pelo fato de já ser o barão de Cawdor e por isso mesmo, acreditar que as ditas bruxas talvez não soubessem tanto assim.
      A coisa muda de figura quando é comunicado a Macbeth que o Rei Duncan o nomeara barão de Glamis, visto que o homem que detinha o título anteriormente se revelara um traidor, e isso atiça sua ambição de se tornar o rei da Escócia. Ansioso, começa a desejar que alguma coisa aconteça logo para que ele se torne o rei, ainda que isso implique matar Duncan para assumir o trono (pensamento que o assusta, mas não tanto a ponto de desistir de sua ambição). Sua esposa, Lady Macbeth, tão ambiciosa quanto o marido, ao saber do encontro do marido com as bruxas e o que ocorreu logo em seguida, começa a arquitetar algo para que a última parte da profecia - a que diz que seu marido se tornará Rei - se cumpra o mais rápido possível, e ainda desconhecendo o desejo do marido de matar Duncan, começa a tramar o assassinato deste, planejando uma festa no castelo apenas para matá-lo enquanto dormisse.
      O plano é levado à cabo, Duncan é assassinado, e na falta de descendentes, ou de um herdeiro nomeado, Macbeth é coroado rei da Escócia. No entanto, há muitas dúvidas entre os vassalos de Duncan quanto à legitimidade do novo monarca, principalmente por parte de Banquo, que conhecia a profecia das bruxas e começa a ponderar se o amigo havia matado o antigo rei. Macbeth passa a ficar cada vez mais paranoico quanto à lealdade dos seus, e isso leva a uma guerra sangrenta dentro do reino.
      Sinceramente? Acredito que essa história caberia muito bem num #catholicpost. É sério. Digo isso porque toda a ação da trama se desenvolve em função da crença de Macbeth de que ele será rei pelo simples fato de que três bruxas assim o disseram, juntamente com o anúncio que acabou se concretizando, de que seria barão de Cawdor e Glamis. Logo, o ambicioso Macbeth acredita que se elas acertaram em cheio quanto ao seu baronato, com certeza teriam acertado sobre sua coroação. Macbeth orientou sua vida e suas ações em função de uma profecia que acalentava e dava razão às suas ambições mais sombrias, e isso é nada mais nada menos do que confiar em adivinhos ao invés de confiar em Deus. E, infelizmente, há muitos cristãos - e nisso incluo nós, católicos - que fazem isso de forma inconsciente, seja porque não conhecem a própria fé, seja porque caem na falácia de que isso não vai contra sua própria fé. Isso sem contar a sabedoria de Banquo, que exclama na terceira cena do primeiro ato "Ora, pode pois o Demônio falar a verdade?", quando percebe que as bruxas acertaram.
      Digo que foi sábio, porque não são todos os que percebem que o demônio também sabe das coisas, e isso vai desde nossos defeitos e ambições mais sombrias, até os planos de Deus para nós, só não está interessado em usar isso para nos ajudar a chegar até Ele. Ao final da história, vemos que Macbeth acabou por destruir a si e a muitos, e é exatamente o que acontece quando cedemos à tentação de acreditar em adivinhos, uma vez que, de uma forma geral, esses adivinhos não falam a verdade o tempo todo, apenas o bastante (adquirida sabe-se lá Deus como) para que confiemos neles, e então, falam o que queremos ouvir, sendo verdade ou não, e o resto o nosso próprio egoísmo faz.
       Quando citei que o livro é escrito sob a forma de um roteiro de teatro, estou dizendo que esse texto é exatamente o que é encenado no teatro, e isso me deixa curiosa sobre como seria de fato, essa peça acontecendo. Ainda não tive a chance de ver no teatro, mas a Netflix tem uma adaptação com Michael Fassbender no papel principal, e embora eu ainda não tenha visto, talvez seja a opção mais acessível por enquanto (porque com certeza essa peça não vai sair barata, e eu já pago 20 e poucos contos de Netflix, então tenho que aproveitar)... Se quero ver a peça "ao vivo e à cores"? Sim, mas enquanto isso, vamos de Netflix mesmo ^^